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Patrick salva o ano do São Paulo, ameniza a bronca da torcida e a desconfiança ao trabalho de Ceni

Por ora, todos no Morumbi colocaram a cabeça no travesseiro para a primeira noite bem dormida em semanas, mas domingo tem clássico com o Corinthians

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colunista convidado
Foto do author Robson Morelli
Por Robson Morelli
Atualização:

Patrick salva o ano do São Paulo, ameniza a bronca da torcida e a desconfiança ao trabalho de Rogério Ceni. Pelo menos até a decisão da Sul-Americana, em 1º de outubro, e dependendo da reação do time no Brasileirão. Os resultados no futebol fazem isso acontecer. Não há nada mais importante do que resultados no futebol.

Então, após se classificar diante do Atlético-GO, o São Paulo respira aliviado, coloca seus jogadores para dormir sem sobressaltos e tranquiliza os nervos do treinador. Tudo isso graças aos dois gols de Patrick. Com eles, a equipe foi para as penalidades máximas e se deu bem na Sul-Americana. Desta vez, o torcedor foi para casa sem reclamar ou chutar latas. Até quando isso vai durar, nem Patrick sabe. O jogador foi visto no Morumbi sem calção, certamente atirado para algum fã na festa da comemoração. Estava com seu filho no campo.

Patrick vai para a torcida a fim de festejar gol 'salvador' do São Paulo na Sul-Americana Foto: Sebastião Moreira / EFE

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Patrick foi uma das boas contratações do São Paulo para a temporada. Ainda não é titular do time com todas as letras, nem sei mais se as equipes têm titulares atualmente. Mas Patrick é o mesmo cara que ajudava o time do Internacional, em Porto Alegre.

Mas a festa tricolor tem tempo para acabar. No fim de semana, há um clássico com o Corinthians pelo Brasileirão. O São Paulo não pode perder nem empatar. Volta, portanto, para o paredão. Sua situação não é nada confortável: 14º, com 30 pontos, a quatro da zona de rebaixamento. Uma derrota pode deixar os comandados de Ceni novamente pressionados.

O time está na mesma situação da temporada anterior quando tinha 25 jogos realizados. Vivia sob o comando de Crespo o mesmo dissabor. A ameaça de queda era real, como também é neste ano. Então, serão horas de bom sono para depois retomar os problemas.

Ceni não acerta na escalação, nas trocas, no sistema de jogo e nos resultados. Ele é bom treinador, mas em alguns momento torna-se “cego” à beira do gramado. Ceni tem de pensar mais como treinador e menos como jogador. Por vezes, o vejo insatisfeito porque os atletas não conseguem fazer o que ele e seus companheiros conseguiam nos tempos de atleta. Ceni deve aprender a ser mais um líder e menos um perfeccionista, embora as duas condições possam andar juntas. Neste momento, a segunda atrapalha a primeira.

Contratações e dispensas

Está definido também que Ceni ficará no comando do time para 2023, e não somente pelo contrato que tem. O presidente Júlio Casares não vai mudar a comissão técnica, ganhando ou perdendo a Sul-Americana. Não se fala em rebaixamento no Morumbi. Outra definição do clube é a continuidade de renovação do elenco, não para trazer jogadores mais jovens, mas para dar uma nova cara ao grupo. A concepção no São Paulo é que há jogadores que já tiveram sua chance e não ofereceram nada ao time, de modo a dar oportunidade para outros. Todos nessa condição serão repassados. Não ficarão.

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Estimam-se quatro ou cinco jogadores. Há ainda a possibilidade de venda na janela de janeiro, mas a presidência ainda não está segura de que deva tomar esse caminho agora.

O São Paulo de Rogério Ceni nunca foi um time para 2022. Todo o trabalho feito nesta temporada visa a retomada do clube a partir de 2023: menos gastos, dívidas sendo reduzidas e mais bem organizadas, mais dinheiro para manobras, novos jogadores, time com uma cara, reforços, paz com a torcida. Ceni tem a chance de chegar a isso. Se ganhar a Sul-Americana, dará um passo importante nesse sentido. Se não cair e ganhar vaga na Libertadores via Brasileirão, também. Por ora, os gols de Patrick mudaram o cenário no Morumbi.

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