A sueca Pia Sundhage, nova técnica da seleção brasileira, é uma referência no futebol feminino mundial. Ela costuma realizar trabalhos de longo prazo, apostando nas atletas das categorias de base. Esse perfil atende pedido das próprias jogadoras. A reformulação de uma equipe que está se despedindo de Marta, Formiga e Cristiane é o desafio de Pia ao substituir Vadão, demitido nesta semana pelo presidente da CBF, Rogério Caboclo. A escolha de Pia é do próprio cartola, abrindo de vez as portas aos técnicos estrangeiros no Brasil.
"Estou motivada para treinar no país do futebol. Para alcançar a melhor performance, juntos. Vamos, Brasil", comentou a nova treinadora da seleção em vídeo enviado para a CBF TV. Neste ano, Pia esteve no Brasil a convite da CBF para um seminário sobre a modalidade. Ela respondeu perguntas sobre a seleção e abriu a possibilidade de estar no cargo.
Pia Sundhage esteve nas últimas três finais olímpicas do futebol feminino, com duas medalhas de ouro e uma de prata conquistadas. Ela era a treinadora da Suécia que eliminou o Brasil nos Jogos do Rio 2016 e foi vice-campeã posteriormente.
Ex-jogadora, Pia iniciou sua carreira aos 17 anos, na Suécia, um dos times mais fortes atualmente no esporte. Esteve no primeiro Mundial organizado pela Fifa, em 1991. Também disputou a edição de 1995 e a Olimpíada de Atlanta em 1996. A carreira se desenvolveu na maior parte do tempo na própria Suécia. A Lazio, da Itália, foi a única equipe em que atuou fora do seu país.
A carreira de treinadora começou antes de se aposentar como jogadora. Ela chegou a acumular as funções de 1992 a 1994 no Hammarby. Em 1998, se tornou assistente técnica do Vallentuna, da Suécia, e voltou a exercer a função no AIK Fotboll (SUE) e no Philadelphia Charge (EUA). Em 2003, assumiu o comando principal do Boston Breakers (EUA).
Foi a partir de 2008 que Pia Sundhage começou a ascender na carreira. Um ano antes, os Estados Unidos apostaram no trabalho da sueca para dar a volta por cima na modalidade. Nos Jogos Olímpicos de 2008 veio o primeiro grande título, com vitória sobre o Brasil. Em 2011, na Copa, as americanas perderam para o Japão na decisão. No ano seguinte, em uma revanche contra o Japão, a treinadora conquistou mais um ouro olímpico. Seu melhor ano foi exatamente 2012. Além de ser campeã olímpica em Londres, ela foi eleita a melhor técnica do futebol feminino pela Fifa.
Currículo da nova treinadora da seleção feminina
Nome: Pia Morror SundhageNacionalidade: SuéciaIdade: 59 anosPrincipais trabalhos como treinadora: Hammarby (Suécia), Boston Breakers (EUA), Kollbotn (Noruega), KIF Orebro (Suécia), China (assistente), Estados Unidos, Suécia e Suécia Sub-17Títulos: Jogos Olímpicos de 2008 e 2012Eleita a Melhor Treinadora de Futebol Feminino pela FIFA (2012)
A CBF ainda não detalhou como pretende trabalhar com Pia a partir de agora. A seleção feminina de futebol se desmobilizou após o Mundial da categoria na França, quando foi eliminada pelo time anfitrião. A partir de agora, a entidade fará um cronograma de trabalho para a nova treinadora. Em princípio, ela vai morar no Rio de Janeiro. Terá a primeira barreira do idioma, mas Pia está bastante animada. Seu salário também não foi divulgado. Ela formará sua própria comissão técnica.