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Goleira sem time para jogar

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Foto do author Robson Morelli
Por Robson Morelli
Atualização:

Prova de que pouca coisa mudou no Brasil após as medalhas de prata em Atenas-2004 e de ouro no Pan do Rio é a situação da goleira Bárbara, a mais nova do grupo, com apenas 20 anos. A jogadora ganhou a posição da veterana Andréia e parece contar com a confiança do técnico Jorge Barcellos. Estará no gol do time contra os Estados Unidos na partida de hoje. Porém, com a possibilidade de ganhar o primeiro ouro do Brasil na modalidade, em Pequim, Bárbara é uma desempregada em seu País. Sem clube para trabalhar, após a Olimpíada voltará a viver do bolsa-atleta, uma ajuda do governo federal para os melhores competidores brasileiros. Seu salário mensal não deve ultrapassar os R$ 2.500. Também espera engordar a conta bancária com a premiação prometida pela Confederação Brasileira de Futebol. "Não sei de quanto será o prêmio pelo ouro, mas a CBF sempre honra com os seus compromissos", disse Paulo Dutra, chefe da delegação do futebol feminino em Pequim. Mas, na verdade, não é bem assim. Em 2007, o elenco teve de cobrar a premiação combinada após ter ficado em segundo lugar no Mundial. A entidade disse que pagava prêmio por vice-campeonato, mas prometeu reconsiderar a decisão. Bárbara espera que a medalha de ouro venha hoje e, com ela, uma nova proposta de emprego. "Há alguns clubes da Europa interessados, mas vamos esperar o fim dos Jogos Olímpicos." Até dezembro do ano passado, atuava pelo Sport, no Recife, sua cidade natal. Porém, o clube alegou não ter condições de pagá-la e, assim, não renovou o seu contrato. Para manter a forma, Bárbara treina em academias. Também aproveitou os jogos da seleção para continuar em atividade e na vitrine.

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