Andy Murray de volta em sua melhor versão

Vitória contundente sobre Berdych na semifinal em Melbourne mostra que o escocês reencontrou seu melhor tênis

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Por Mateus Silva Alves
Atualização:

No começo, parecia que Tomas Berdych iria esmagar Andy Murray do jeitinho que fez com Rafael Nadal. Enquanto ele confirmava seus games de saque de maneira arrasadora, Murray sofria para confirmar os seus. De alguma maneira, o escocês achou um jeito de levar o primeiro set para o tie-break, quando a agressividade precisa de Berdych falou mais alto. Só que a partir dali tudo mudou. Berdych começou a duvidar de suas possibilidades, enquanto Murray não tinha dúvida nenhuma das suas. Depois de levar um pneu no segundo set, o checo recuperou a compostura nos seguintes, mas cometeu o sempre mortal pecado de fraquejar nos momentos mais tensos da partida. E por isso perdeu.

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O jogo desta quinta-feira provou que Murray está recuperado da, digamos, perda de rumo que sofreu após ser campeão de Wimbledon, em 2013. Ele teve enormes dificuldades para encontrar motivação depois de conquistar o maior objetivo de sua vida, além de ter sofrido problemas físicos. Pois o Murray de 2015 se parece muito com o de 2012/2013, sua melhor fase: motivado, elétrico, correndo como louco, colocando na quadra seu rico arsenal de golpes e sem ser excessivamente defensivo (como foi durante muito tempo). Segundo Murray, isso é um fruto de sua controversa parceria com Amelie Mauresmo - muita gente não engoliu o fato de um dos chefões do circuito ter escolhido uma mulher para treiná-lo, daí a controvérsia. Seja qual for o resultado da final do Aberto da Austrália, a volta de Murray à sua melhor forma já é uma das melhores notícias do tênis em 2015.

O destaque: Serena Williams Madison Keys foi uma das sensações do torneio, mas no seu caminho até a final havia uma pedra. Uma pedra não, uma montanha do tamanho do Everest. Serena mostrou à garota de 19 anos que entusiasmo e bons golpes não bastam para chegar a uma final de Grand Slam. Keys pode ser o futuro do tênis americano, mas o presente continua sendo Serena Williams.

O fiasco: Ekaterina Makarova Deve ser muito frustrante para uma tenista chegar a uma semifinal de Grand Slam e não conseguir jogar o que sabe. Pois foi o que aconteceu com Makarova contra Maria Sharapova. Nervosa, insegura, sem coragem, a moça errou tudo o que tentou e facilitou bastante a vida da compatriota mais famosa.

A decepção: Marcelo Melo Ele e Ivan Dodig tiveram uma daquelas derrotas duras de engolir. Diante dos franceses Pierre-Hugues Herbert e Nicolas Mahut, a dupla do brasileiro esteve a um game de saque da final em Melbourne, mas Marcelo não conseguiu confirmar seu serviço. No tie-break, de novo eles estavam na frente, mas uma dupla falta do mineiro recolocou os franceses no jogo. Definitivamente, não foi uma jornada feliz de Marcelo, que ainda perdeu nas duplas mistas.

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A próxima jornada No antepenúltimo dia do torneio, as atenções do mundo estarão concentradas no confronto entre Novak Djokovic e Stanislas Wawrinka, às 6h30 desta sexta-feira (horário de Brasília). Já é um clássico da Austrália, pois será o terceiro confronto seguido dos dois no torneio - em 2013, ganhou o sérvio, mas o suíço deu o troco no ano passado. O retrospecto geral entre eles é amplamente favorável a Djokovic (16 a 3), mas esses últimos duelos australianos sugerem que a coisa será equilibrada. E provavelmente longa: há dois anos, Djokovic venceu com 12 a 10 no quinto set e, em 2014, Wawrinka ganhou com 9 a 7 na parcial decisiva. Sendo assim, é melhor desmarcar os compromissos da manhã de sexta, porque o jogo deverá ser uma maratona.

 Imagem do dia

Antes da provável maratona contra Djokovic, Wawrinka relaxa brincando com cãezinhos Foto: Estadão
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