Com forte calor e desistências, brasileira fica em 7º na marcha atlética de 20km

Erica Sena sentiu o ritmo forte no final da prova e ficou a 54 segundos da campeã

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Por Paulo Favero e enviado especial ao Rio

A brasileira Erica Sena esteve boa parte do tempo entre as atletas que lideravam a prova de 20km da marcha atlética da Olimpíada do Rio, nesta sexta-feira, mas no final sentiu um pouco o ritmo forte e terminou na sétima posição, a 54 segundos da campeã Liu Hong, da China. A prata ficou com a mexicana Maria Guadalupe Gonzalez e o bronze com a chinesa Lu Xiuzhi. As provas na praia do pontal foram marcadas pelo forte calor e muitas desistências.

Durante toda a prova, Erica ficou no bolo das atletas que lideravam. Sempre estava junto das adversárias e a cada quilômetro percorrido, esse grupo ia diminuindo de tamanho. No 16º km, a brasileira estava em sétimo lugar, mas a cinco segundos das líderes. Ganhou uma posição na parcial seguinte, mas ficou um pouco mais distante. Apesar de fora do pódio, comemorou a boa colocação.

Érica Sena ficou nas primeiras posições durante boa parte da prova, mas acabou sentindo e fechou a prova em sétimo. Foto: Bernd Thissen/EFE

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O calor de 30°C no Rio foi um inimigo de todos e atrapalhou bastante os competidores da marcha atlética, que foi disputada na praia do Pontal, no Rio. Só para se ter uma ideia, na prova masculina, dos 80 atletas, 32 não chegaram ao final dos 50 km, ou por desistência ou por desclassificação. Teve gente que caiu e ficou no chão, sem forças para levantar.

No feminino, a sensação térmica era tão forte que logo no começo as mulheres já estavam jogando água na cabeça. No trajeto, canos dispersavam gotículas de água para refrescar as participantes. E a cada volta - a prova foi disputada em um circuito -, as atletas usavam esponjas encharcadas de água para diminuir o calor.

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Erica Sena teve uma evolução muito grande nos últimos anos na marcha atlética. No ano passado, ela foi medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Toronto e obteve o sexto lugar no Mundial de Atletismo de Pequim. Em maio, ela ficou com o bronze na Copa do Mundo. Ela também é dona do recorde sul-americano nos 20 km.

Na preparação para a Olimpíada, a atleta de 31 anos reforçou os treinos na altitude. A pernambucana vive no Equador desde 2011 com o marido Andrés Chocho. Durante todo ciclo olímpico, ela foi colhendo bons frutos, e agora espera quebrar preconceitos no esporte e ajudar a popularizar a modalidade no País.

No masculino, o campeão foi o eslovaco Matej Toth, que admitiu que as condições da prova foram bem complicadas. "Foi difícil. Na sombra, não parecia tão complicado, muita gente achou que seria mais fácil como em Pequim e tentou puxar um ritmo forte. Mas foi duro, é preciso competir respeitando seus limites", explicou.

Um dos momentos mais complicados da prova masculina foi quando o francês Yohann Diniz, recordista mundial da distância, passou mal e chegou a desmaiar. Com fortes problemas intestinais, ele quase teve de desistir da corrida, mas acabou voltando e conquistando a sétima posição, à frente do brasileiro Caio Bonfim, que já tinha sido quarto colocado na prova de 20km da marcha atlética.

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"Eu estava muito preparado para o calor, tanto que nem senti. Foi uma passada de cada vez. Fiz os primeiros 10km, não estava tão bem, nos 20 achei que não conseguiria, mas depois vieram os 30 e fiquei mais tranquilo. Quis tentar fazer o recorde brasileiro. Fui me animando, o povo foi me levando e passei o australiano, o mexicano, só não deu tempo de passar o francês, aquele cara recordista do mundo", afirmou Caio, que ajoelhou para comemorar após sua chegada.