Publicidade

Paratleta ouro nos 4x100m, Gustavo Araújo descobriu doença na visão há sete anos

Mineiro superar problema degenerativo para se tornar campeão após dois anos de estreia na modalidade

PUBLICIDADE

Por Constança Rezende
Atualização:

Medalhista de ouro no revezamento 4x100m nesta terça-feira, Gustavo Araújo era atleta "convencional" até descobrir uma doença degenerativa na visão, há sete anos atrás. Mineiro de Uberlândia, Gustavo tem um problema degenerativo na córnea e atrofia no nervo óptico. Ele virou atleta paralímpico em 2014, devido ao avanço da perda de visão.

Nesta terça-feira, Gustavo ganhou o ouro no revezamento junto com Daniel Silva, Diogo Ualisson, Felipe Gomes, Ricardo Oliveira e Kesley Teodoro. Eles competiram na categoria T11-T13 (para cegos). A equipe também bateu o recorde paralímpico, com o tempo de 42s37.

Brasileiros levaram o ouro no revezamento 4x100m Foto: Fábio Motta/Estadão

PUBLICIDADE

Segundo Gustavo, nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto-2015, quando ganhou ouro no individual e no revezamento, ele viu "o outro lado da moeda". "Isso tudo aqui é muito recente para mim. Eu tinha uma doença, desde a infância, que nunca tinha se manifestado, e competia como atleta convencional. Não estou aqui para dinheiro, luxo ou balada. Estou aqui para superar a minha deficiência. Quem vê a gente sorrindo, não sabe o que a gente passa. Essa situação dói muito. Eu não pensava que a visão fosse tão importante assim, achava que os óculos revolviam a minha situação e depois vi que não. Mas com energia positiva, as coisas dão certo', disse.

O paratleta de 23 anos, que vê as imagens desfocadas, afirmou que teve que fazer ajustes da mecânica da corrida para se adequar à paralimpíada. "A mecânica do deficiente é diferente. A gente olha sempre para o chão, que é o campo de visão mais próximo. Também tenho sensibilidade à luz, não uso óculos por marra. Esses fatores atrapalham a corrida", afirmou.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.