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WSB: a solução para o boxe amador manter outros Esquivas

A semana teve duas notícias importantes para o boxe amador brasileiro. Uma ganhou enorme destaque (Esquiva Falcão assinou com uma empresa e virou profissional). A outra, ninguém leu (três brasileiros vão participar da WSB). Se alguém prestasse mais atenção para a segunda, a primeira nem existiria.

Por Demetrio Vecchioli
Atualização:

Confesso que não sabia quão legal é a World Series Boxing (WSB). Funciona assim: são seis equipes. Cada uma delas tem de dois a quatro atletas em cada uma das 10 categorias. Ou seja: pelo menos uns 30 boxeadores. De medalhistas olímpicos a jovens desconhecidos.

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As equipes (uma por país) são divididas em dois grupos. Ali, "jogam" em turno e returno. Um "jogo" por fim de semana. E em cada "jogo", cinco lutas, em categorias escolhidas por sorteio. Vence a equipe que ganhar mais lutas. Depois tem quartas de final, semifinal e final. Sempre em ida e volta.

Ou seja: a equipe campeã pode fazer 16 "partidas". Se um mesmo lutador for escolhido para fazer todas as lutas da sua categoria, fará oito, contra adversários sempre de primeiro nível. Lutará meio ano (de novembro a abril) recebendo salários.

É boxe profissional (sem capacete) fantasiado de boxe amador, com chancela da Fiba. Paga pior? Lógico que paga. Mas, para o público é tão interessante quanto. Talvez até mais. Ao invés de 12 cansativos rounds, só cinco. Ou 25 no total do confronto. Todos eles decisivos.

De Eder Jofre a Popó, passando pelas emocionantes noites de "Boxe Internacional" na Globo, é obvio que existe público e paixão pelo boxe no Brasil. Há interesse comercial. Senão da TV aberta, da TV paga. Há dinheiro da Petrobrás, há atletas de qualidade. Por que então não ter um time nacional? Se até a Argentina tem.

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Desde sempre o boxe amador perde atletas para o boxe profissional. Esquiva não é o primeiro nem será o último a ser seduzido. A CBBoxe sabia (ou tinha a obrigação de saber) que isso mais cedo ou mais tarde aconteceria. Para a vaga de Yamagushi já achou substituto. Para a de Esquiva ainda terá que encontrar.

Vice-campeão mundial de boxe há menos de um mês, Robson Conceição luta pela italiana Dolce & Gabbana e estreou vencendo Brian Ivan Nuñez, em Mar del Plata, casa do rival. Também estão inscritos Pedro Lima (75Kg) e Patrick Lourenço (49Kg), que defendem os Condors, da Argentina. Já os norte-americanos da US Knockouts, de Miami, contam com Michel Borges, da categoria até 81kg.

Patrick Lourenço foi campeão pan-americano com sobras - Michel Borges caiu nas semifinais da competição. Pedro Lima é campeão brasileiro e, teoricamente, deve substituir Esquiva na seleção.

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