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Paulista de Sumô reúne 450 atletas

Yoshinobu Kuroda, de 27 anos, sumotori profissional no Japão há 12 anos, é uma das atrações, neste domingo, às 8 horas, no Estádio Mie Nishi.

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Por Agencia Estado
Atualização:

Uma luta sem agressões ao adversário, diretamente ligada à cultura japonesa, reúne neste domingo cerca de 450 competidores em São Paulo. O 25º Campeonato Paulista de Sumô, no Estádio Mie Nishi, a partir das 8 horas, mostra os principais nomes do esporte no Estado e tem como atração a presença de Waka Azuma, nome adotado por Yoshinobu Kuroda, de 27 anos, sumotori profissional no Japão há 12 anos. "É uma vida rígida, precisamos respeitar a hierarquia do esporte. É preciso dedicação extrema e força de vontade." Em 1991, tentou a sorte no Japão, acompanhado por dois amigos, convidados pelo filho de um mestre que esteve no Brasil. Os colegas desistiram, mas Waka persistiu, superou contusões graves e se profissionalizou. O principal obstáculo foi o choque cultural. "É difícil assimilar alguns conceitos que não fazem parte da nossa cultura, como respeitar os mais velhos. Além disso, a alimentação também é muito diferente." Conta a lenda que o sumô se originou 600 anos antes de Cristo, em uma luta entre dois deuses. O combate transformou-se em demonstração para o imperador nas festas religiosas e partir do século XVI tornou-se esporte profissional, chegando ao exército, às escolas e empresas. Waka vai abandonar a carreira em março, mas se considera realizado "Não me arrependo de nada, tudo foi importante para meu crescimento. Perdi a motivação para lutar, mas atingi meus objetivos". O sumotori sonha em ensinar o que aprendeu aos brasileiros. "O País tem potencial para revelar campeões", afirma. Um exemplo é Fernanda Pereira da Costa, 21 anos, uma das promessas do País. "Estamos conseguindo bons resultados, mas o sumô precisa ser mais divulgado", diz Fernanda, que já disputou quatro Mundiais adultos, obtendo duas medalhas de bronze e uma de prata. Para Fernanda, favorita na categoria absoluto no Paulista, a competição serve de preparação para o Brasileiro, seletivo para o Mundial da Rússia, em dezembro. A curiosidade é que apesar da origem do esporte, pelo menos 300 dos 450 atletas que disputarão o Paulista não são descendentes de japoneses.

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