PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Futebol: bastidores e opinião

Cruzeiro e Atlético-MG não servem de exemplo ao futebol brasileiro

Clubes mineiros têm dívidas astronômicas e gastam os tubos com o futebol. A diferença é que vivem uma estabilidade política interna sem precedentes no País

Por Luiz Prosperi
Atualização:

Sucesso no campo, Cruzeiro e Atlético-MG não são bons exemplos de administração fora das quatro linhas. Os dois têm dívidas gigantescas e um custo alto para sustentar o futebol. Estão dentro do enredo que move a maioria dos clubes brasileiros. A diferença deles para os outros é a estabilidade política interna que acaba refletindo no desempenho dos times.

PUBLICIDADE

O Atlético-MG é o quarto colocado entre os clubes mais endividados do Brasil. Deve na praça R$ 438,4 milhões, um crescimento de 6%, entre 2012 e 2013.

O Cruzeiro é o décimo primeiro colocado com uma dívida de R$ 199,9 milhões, com um crescimento absurdo de 40%, entre 2012 e 2013 quando conquistou o Campeonato Brasileiro.

Com esse papagaio nas costas para pagar, os dois clubes mineiros também têm despesas altas para sustentar o departamento de futebol. O Cruzeiro gasta R$ 157,5 milhões por ano para bancar jogadores, comissão técnica e afins. O aumento do custo futebol do time azul foi de 59% em uma temporada, entre 2012 e 2013 - o oitavo mais caro entre os clubes mais ricos do Brasil.

Com uma despesa de R$ 146,4 milhões por ano, o Atlético-MG não fica muito longe do seu rival de Minas. É o nono colocado no País, com um crescimento de 16% do custo do futebol.

Publicidade

Se devem tanto como a maioria dos clubes do País e ainda gastam os tubos para manter o departamento de futebol, como se explica o sucesso dos dois times finalistas da Copa do Brasil?

Simples. Fora a competência de seus gestores de campo (comissão técnica e jogadores e gerente de futebol), Atlético e Cruzeiro vivem uma estabilidade política sem precedentes.

Alexandre Kalil, presidente do Galo, apaziguou o clube e não sofre com a disputa pelo poder há pelo menos quatro temporadas. Gilvan Tavares, presidente da Raposa, acaba de ser reeleito para mais três anos de mandato. Ele herdou o clube dos irmãos Perrella e também não sofre oposição.

Com a paz política interna em seus clubes, Kalil e Gilvan conseguem tocar o barco em águas calmas.

No mais, não servem como exemplo ao futebol brasileiro. Devem muito, gastam mais ainda.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.