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Futebol: bastidores e opinião

Seleção de Dunga sofre com interesses da CBF

Como na CBF o dinheiro vem na frente da parte técnica, fica difícil comentar os resultados dos amistosos. A Seleção de Dunga precisa de vitórias para a cota dos jogos não perder valor e "desamparar" a CBF

Por Luiz Prosperi
Atualização:

"Aos poucos a gente vai assimilando a filosofia do Dunga, de guerra, batalha, vitórias." A declaração é do goleiro Jefferson, logo após o triunfo por 1 a 0 da Seleção Brasileira diante do Equador nesta terça-feira. Se o pensamento de Dunga é este detectado por Jefferson, então o melhor é deixar a Seleção de lado e esperar por algo novo, de fato.

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Batalha e guerra não contribuem em nada para o renascimento do Brasil depois do 7 a 1 para a Alemanha. Dunga, em vez de martelar esses conceitos nos jogadores, deveria mesmo garimpar novos talentos para o escrete. Teve a chance em dois amistosos, que marcaram sua reestreia no comando do selecionado, e não aproveitou.

Dunga optou por sustentar seu time com os alicerces fincados por Felipão quando deveria dar uma folga aos humilhados pelos alemães no 8 de julho no Mineirão. Jogou fora a chance de compor uma seleção bem diferente da que disputou a Copa. Se preocupou com o resultado, não com as análises, contra a Colômbia e Equador.

A pergunta que cabe: nos dois amistosos Dunga descobriu algum novo diamante a ser lapidado para 2018? Penso que não.

As vitórias nos amistosos saíram da bola parada - falta batida por Neymar contra os colombianos e jogada ensaiada em outra falta com uma boa trama entre Oscar e Neymar que culminou com o gol de Willian diante dos equatorianos, aliás muito festejada pela comissão técnica como se essa jogada tivesse o peso da descoberta da pólvora.

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Fica a sensação de que não vamos a lugar nenhum com Dunga. Muito menos com o gerente Gilmar Rinaldi, um desastre no trato do corte de Maicon que deu origem a uma série de boatos ridículos nas redes sociais.

Aliás, Rinaldi deveria ter sido consultado pelo comando da CBF ao confirmar o amistoso em um estádio que teverolos de grama instalados sobre um campo artificial na véspera do jogo com o Equador. Um desrespeito ao futebol brasileiro.

Como na CBF o dinheiro vem na frente da parte técnica, nada a comentar. A Seleção de Dunga precisa de resultados positivos em campo para a cota dos amistosos não perder valor e "desamparar" a CBF. Por isso, não é um absurdo, por mais que possa parecer, o goleiro Jefferson falar que a filosofia de Dunga é de batalha e guerra.

A próxima parada é com a Argentina, dia 11 d outubro. Sabe em que lugar? Na China, novo mercado do futebol internacional.

 

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