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Futebol, seus bastidores e outras histórias

Opinião|Bolsonaro sabe usar o futebol para se divertir e também se promover nos estádios

As manifestações dos torcedores acabam servindo como uma espécie de termômetro para seu governo

Foto do author Robson Morelli
Atualização:

Futebol na veia... Depois de eleito, o presidente Jair Bolsonaro resolveu acompanhar o futebol mais de perto. Já foi há alguns estádios, já vestiu camisas diferentes, mas nunca escondeu de ninguém que sua paixão é o Palmeiras. Esteve na festa da entrega da taça no Brasileirão de 2018. Entrou em campo, ergueu o troféu e comemorou com volta olímpica. O presidente nunca está sozinho, e não me refiro ao aparato de segurança que o acompanha, natural em sua posição e necessário depois do atentado que sofreu durante a campanha.

 Foto: Estadão

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Festa no Allianz Parque... Bolsonaro sempre convida algum membro do governo para acompanhá-lo. Ele esteve no fim de semana no Allianz para ver seu Palmeiras contra o Vasco. Falou com os dois treinadores, viu o jogo do camarote da presidência, esteve ao lado da patrocinadora do clube.

Manifestação da massa... Ocorre que Bolsonaro usa também o futebol e a presença diante da massa (havia 37 mil na arena) para aferir sua popularidade. Não seria demais dizer que o futebol lhe serve como termômetro do governo. Vale lembrar que durante a Copa do Mundo de 2014, num outro momento do País, as aparições da presidente Dilma Rousseff provocavam manifestações críticas nas arenas ou quando sua imagem era mostrada nos telões dos estádios. Bolsonaro está num nível diferente.

Sem constrangimento... Sua presença no gramado e nas numeradas, diante de um público conhecido do bairro da Pompeia, onde fica o estádio do Palmeiras, não lhe traz contratempos a ponto de deixar de aparecer. Ele mostra-se muito confortável. Ouve vaias, ouve algumas provocações, mas recebe muitos tapinhas nas costas e pedidos de selfies. Acena para todos. Até criança pega no colo.

Um termômetro... O futebol que ele gosta e decidiu acompanhar em seu governo mais de perto tem lhe dado indicações dentro da República. É inegável. Neste sábado, ele procurou o Palmeiras, de acordo com a assessoria, para dizer que gostaria de ver a partida. Foi prontamente recebido. Presencie tudo isso no sábado no empate por 1 a 1 do Palmeiras com o Vasco. Mesmo entre os jogadores e membros da comissão técnica dos dois lados, sua presença não causa qualquer constrangimento, sentimento bastante comum a políticos fora do aquário. Fotos e conversas com pessoas que estiveram mais próximas dele durante o jogo puderam confirmar isso. Não é de hoje que esporte e política caminham juntos.

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Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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