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Futebol, seus bastidores e outras histórias

Opinião|Endrick começa a se mostrar aos países vizinhos, como Argentina, e sabe sua importância na seleção

Atacante tem o nome reverenciado após gol no Pré-olímpico contra a Bolívia: Brasil encara nesta sexta a Colômbia e garoto joga para levar o time nacional para Paris, mas também de olho nas convocações de Dorival em março

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Foto do author Robson Morelli
Atualização:

Endrick começa a se mostrar na América, com a camisa da seleção no Pré-olímpico para Paris. O atacante do Palmeiras teve o nome mencionado na Argentina após fazer o único gol do Brasil contra a Bolívia, na estreia do time de Ramón Menezes na competição. O Brasil de Endrick tem a obrigação de conseguir uma das duas vagas do torneio para os Jogos Olímpicos de 2024. Aquele drama na corrida pelo ouro não existe mais depois de a seleção ganhar duas vezes a competição (2016 e 2020, que foi em 2021).

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O futebol não é o principal esporte de uma Olimpíada. Está longe disso. Mas é inegável que a seleção brasileira precisa responder à altura de sua camisa, assim como ocorre com a Argentina, aliás, apontado para obter a outra vaga da disputa.

Endrick é o principal jogador do Brasil. O camisa 9 já mostrou do que é capaz no futebol nacional, principalmente na última temporada, e agora quer ganhar fama também na América do Sul, consolidando sua carreira no continente. Como todo mundo sabe, em breve, em julho, ele estará em novas terra, na Europa, muito mais difícil de se dar bem pela quantidade de bons jogadores e estilo de jogo diferente, mais tático e coletivo. Seria uma terceira conquista na carreira do garoto de 17 anos.

Endrick se prepara para jogo contra a Colômbia no Pré-olímpico da Venezuela Foto: Miguel Gutierrez / EFE

A seleção precisa de Endrick e de um triunfo neste Pré-olímpico porque tudo parece fora do lugar com a camisa amarelinha. Se Zagallo estivesse vivo, ele estaria sofrendo com o time nacional, sua maior paixão no futebol. O Velho Lobo morreu no começo deste ano, aos 92 anos. Há ainda a confusão com o mandato do presidente Ednaldo Rodrigues e o time principal vai mal nas Eliminatórias da Copa de 2026.

Agora, com a escolha de Dorival Júnior no lugar de Fernando Diniz, renova-se a esperança de o Brasil recuperar seu prestígio. Não há time e a seleção terá de começar do zero após as péssimas passagens de Ramón e Diniz.

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Endrick é peça fundamental nesta retomada, mesmo sendo na categoria sub-23. O Brasil precisa se impor novamente diante de seus adversários da América e da Europa. Contra os europeus, apesar dos amistoso marcados contra Inglaterra e Espanha, se eles não forem cancelados, o grande teste é mesmo em Copas. Nesse quesito, também como todos sabem, a seleção vai muito mal. As empolgações de vitórias fáceis em Mundiais atrapalham o time nas partidas mais duras.

O Brasil principal está sem rumo e a seleçãozinha se torna uma esperança de mudar isso, assim como a categoria de alguns bons jogadores, como também Kennedy, do Fluminense. Neste ano, o time principal vai disputar amistosos, Copa América e Eliminatórias. Ocupa a sexta posição na disputa da Fifa. Não é nada confortável.

Endrick também caminha para vestir a 9 do time de Dorival, uma vez que nenhum outro atacante deu certo e se firmou na posição. As trocas eram constantes, sem sucesso, de Roberto Firmino a Richarlison, passando por Gabriel Jesus e outros, alguns até improvisados. Nada muito convincente. Todos eles se mostram importantes em seus respectivos clubes, mas não vão bem na seleção. Endrick está de olho nessa vaga.

Daí sua intenção de ajudar o Brasil nesta sexta-feira, diante da Colômbia, para dar também mais um passo em direção ao time principal. O gol na estreia do torneio já deu a ele destaque em países sul-americanos. O pré-olímpico é disputado na Venezuela. Daí a importância de o time de Ramon conseguir a vaga olímpica. Se ficar fora, seria mais uma decepção para o torcedor, assim como acontece com o time de cima. Isso afastaria ainda mais o brasileiro da equipe nacional. Não poderia acontecer nada pior nesse momento.

Já ouvi amigos dizendo que o Brasil não se classifica para a Copa do Mundo de 2026. Se acontecer, seria a primeira vez da seleção pentacampeã fora da disputa. A Itália ficou ausente das duas últimas Copas do Mundo. Nem imaginamos o que isso significa. Endrick precisa ‘crescer’ logo e fortalecer o ataque brasileiro. Ele sabe disso. E não teme tamanha pressão. O Pré-olímpico é o primeiro passo.

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Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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