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Nem tudo está pronto para o GP Brasil

Charlie Whiting, delegado da FIA, faz nesta terça vistoria na pista de Interlagos e vai determinar pequenas obras: já solicitou a colocação de guard-rail no Bico de Pato e a pedirá mudanças na saída do box.

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Por Agencia Estado
Atualização:

O delegado de segurança da Fórmula 1, o inglês Charlie Whiting, inspecionará nesta terça-feira o circuito de Interlagos entre 10 e 11 horas da manhã e a expectativa é de que ele solicite poucas alterações aos responsáveis pela pista. "Estamos nos adiantando e corrigindo alguns desníveis existentes entre as zebras e as caixas de brita", disse hoje o diretor de prova, Carlos Montagner. Mesmo tendo marcado para amanhã a inspeção, Whiting esteve hoje no autódromo e, sem observar em detalhes a pista, já orientou a instalação de um guard-rail na área de escape da curva Bico do Pato, a mais lenta do traçado. "O Jacques Villeneuve seguiu reto uma ocasião naquele ponto e para evitar que os carros subam o morro estenderemos a grade de proteção", explicou Montagner. Os cuidados com as alturas das caixas de brita foram redobrados este ano depois que em Melbourne, no primeiro treino livre do Mundial, Michael Schumacher capotou com sua Ferrari. "Eu havia detectado um degrau entre a zebra e a brita, um dia antes do meu acidente, avisei a organização, mas nenhuma medida foi tomada", contou à imprensa o alemão na Austrália. "Na área de escape do Muro do Berger e do Laranjinha há tanta brita que vamos ter talvez de retirar um pouco para evitar esse problema", disse Montagner. Quando Whiting inspecionar os 4.350 metros do circuito de São Paulo, amanhã, é provável que ele já veja essas áreas de escape mais planas. "Ele costuma percorrer a pé todo o traçado", contou o diretor de prova. Whiting é também diretor de corrida. É dele a responsabilidade, por exemplo, de adiar uma largada, autorizar a entrada do Safety Car na pista, interromper a competição etc. Whiting trabalha para a Federação Internacional de Automobilismo (FIA). Há discussões acadêmicas a respeito da validade dessas caixas de brita. O próprio Whiting já concordou com a solicitação dos proprietários do autódromo de Silverstone, Inglaterra, para substituir as áreas de brita por asfalto. Seria como a extensão da pista. O argumento técnico é que hoje, com o assoalho baixo dos carros da Fórmula 1, eles tendem a reduzir bem mais a sua velocidade, quando saem da trajetória, se os pneus estiverem em contato com o solo, daí a opção pelo asfalto. A brita teria capacidade menor de diminuir a velocidade antes do impacto na barreira de pneus. Parte da Saída de Box será modificada por Whiting. "O que ele pretende exatamente nós saberemos amanhã (terça), falou Montagner. O inglês comentou ter gostado das cabines desenvolvidas pelos técnicos brasileiros para proteger um pouco mais os bandeirinhas durante os treinos e a corrida. Hoje os funcionários das empresas contratadas pela prefeitura ainda as pintavam. O recapeamento do asfalto na reta dos boxes reduziu bem as muitas ondulações da pista naquele trecho, de acordo com Whiting. Enquanto os mecânicos das equipes montavam toda a complexa estrutura interna dos boxes, os trabalhos de reforma do autódromo seguiam em ritmo puxado. A enorme área de estacionamento, localizada por dentro da curva do Sol do traçado antigo, ainda recebia caminhões e caminhões de pedras. Essa obra importante havia sido iniciada nas semanas que antecederam o GP da última temporada e só agora, poucos dias antes da prova deste ano, foi retomada. A sala de imprensa subiu para o segundo andar do edifício dos boxes e duplicou de tamanho, assim como ganhou cadeiras novas. As cabines de rádio e TV, que ficavam também nesse prédio sobre os boxes, foram transportadas para a parte superior das arquibancadas colocadas em frente aos boxes. Agora os locutores e comentaristas poderão acompanhar as fundamentais operações dos boxes, durante as provas, o que antes era impossível.

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