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Conversa de pista

Opinião|Aviso prévio dá as caras na F-1

Sargeant, Stroll e Ricciardo são os nomes mais próximos de deixar a F-1 e Pérez pode perder lugar. Pontuação pode mudar em 2025.

Disputa de vagas para 2025 fica mais acirrada a cada etapa (Red Bull)  

A temporada 2024 da Fórmula 1 (F-1) continua surpreendendo pela rapidez com que novos acordos se desenvolvem e vagas aparecem (foto de abertura (Red Bull) . Se Carlos Sainz já sabe que não continuará na Ferrari em 2025, Daniel Ricciardo, Lance Stroll e Logan Sargeant também estão próximos de perder o emprego atual e o contrato de Sérgio Pérez termina em dezembro. Cada um deles, porém, vive o drama de maneira distinta, cenário desenhado por interesses dos mais diversos.

Sainz pode se gabar de ser o único piloto que derrotou os carros da Red Bull nos últimos 18 meses. Somando-se a isso o fato que ele tem atuado de modo mais eficiente que seu companheiro de equipe tornam seu passe valorizado. Nico Rosberg, campeão mundial de 2016, revelou em entrevista à SkyTV, revelou fatos que colocam o espanhol como opção forte para a vaga de Sérgio Pérez, outro que está sem contrato para o ano que vem: "Em Xangai eu vi Carlos Sainz Sênior conversando com Christian Horner, que parece não chegar ao valor que os espanhóis pedem."

Liberado pela Ferrari, Sainz ainda não tem destino definido (Ferrari)  

A reforçar as palavras de Roberg estão a declaração de Helmut Marko sobre Sainz e seu futuro: "Ele recebeu uma oferta irrecusável da Audi, uma oferta que não podemos igualar, muito menos superar". Aqui entra um outro elemento nesse processo: a prioridade de Sainz é um carro vencedor e os da Red Bull são praticamente imbatíveis há anos. Daí a queda de braço entre o que um pede e o outro oferece.

Popular no mundo inteiro, Ricciardo apresenta resultados abaixo da crítica (Red Bull)  

O futuro do trio Ricciardo, Sargeant e Stroll, porém, é bem diferente. Depois de vencer corridas pela Red Bull, Daniel Ricciardo pulou de galho em galho, pousando nas equipes Renault, McLaren e, agora, Vcarb, a antiga Toro Rosso. Com exceção da vitória em situações especiais no GP da Itália de 2021, o australiano tem apresentado desempenhos cada vez menos eficientes, para não dizer decepcionantes para quem mostrou enorme potencial. Seu nome é destaque entre as possíveis despedidas da categoria, algo que pode acontecer antes do final da temporada. O neozelandês Liam Lawson é o favorito para substitui-lo. O norte-americano Logan Sargeant jamais brilhou nas categorias de base que percorreu até desembarcar na F-1, conquista que se justifica em boa parte pelo fato de ser estadunidense num momento que a categoria cresce bastante em seu país. Mesmo simpática a pilotos pagantes e que contribuem para ela aparecer em mercados importantes, mais cedo ou mais tarde cobra-se o preço para quem não consegue resultados minimamente destacáveis.

Filho do dono da equipe, Lance Stroll ainda não convenceu que merece o lugar onde está (Aston Martin)  

O caso mais intrigante no tema desta coluna é, sem dúvida, o futuro de Lance Stroll. Filho de Lawrence Stroll, empresário mais que bem sucedido e um dos homens mais ricos do Canadá, ele foi criado para ser campeão mundial da categoria: nos tempos em que era um dos maiores investidores na equipe Williams, Lance tinha uma equipe dedicada da escuderia inglesa, o que permitia que ele treinasse nos circuitos europeus após o GP de cada país. Quando a Williams não aceitou a proposta de ter Lawrence Stroll como sócio, o magnata canadense passou a investir na então Force India e a transformou em Aston Martin, tradicional marca inglesa de carros esportivos de alto luxo. Mais do que investir pesadamente no time de F-1, Stroll igualmente assumiu o controle acionário da marca e já garantiu parceria com a Honda a partir de 2026. Até quando ele bancará a carreira do filho, porém, é uma pergunta cada vez mais frequente. Afinal, apesar de pai e autoritário, espera-se que ele deva mostrar resultados aos seus patrocinadores e apoiadores.No último fim de semana Stroll envolveu-se em mais uma acidente, desta vez determinando o fim de corrida para Daniel Ricciardo, que ao ter a traseira do seu carro levantada pelo monoposto do canadense acabou abalroando o McLaren de Oscar Piastri. Stroll alegou que foi um "um acidente estúpido e consequência do efeito sanfona de uma relargada", justificativa que Piastri, Ricciardo e vários outros pilotos não aceitaram. O australiano foimais além e disse que o erro do canadense "fez meu sangue ferver".

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Sérgio Pérez pode ser ejetado da Red Bull se não conseguir o vice-campeonato (Red Bull)  

Em todo esse contexto o nome que detém a chave da vaga mais desejada por muitos segue discretamente fazendo uma campanha que o coloca na vice-liderança do campeonato. O mexicano Sérgio Pérez busca fazer por merecer o poso de companheiro de equipe de Max Verstappen, nome cobiçado abertamente pela Mercedes. Ainda não se sabe se Toto Wolff, o bam-bam-bam da equipe alemã, demonstra interesse real pelo holandês como substituto de Lewis Hamilton -que vai para a Ferrari -, explora esse fato para desestabilizar a Red Bull ou pelos dois motivos. No ambiente desportivo, a F-1 poderá ter sua forma de pontuação alterada para 2025. A Federação Internacional do Automóvel (FIA) considera estender até o décimo-segundo lugar as posições pontuáveis a cada prova, duas a mais que o sistema atual. A medida tem dois motivos já identificados. O primeiro é acirrar a disputa entre as equipes do fundo do pelotão, aquelas que raramente marcam pontos. O segundo é aumentar a fonte de renda da entidade, que cobra das equipes uma taxa anual e proporcional ao número de pontos que cada time marcou na temporada anterior. A medida tem grandes chances de ser aprovada.

O resultado completo do GP da China você encontra aqui.

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Opinião por Wagner Gonzalez
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