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Publicações afirmam falsamente que índia que acompanhou Bolsonaro na ONU é filha de Damares

Ysani Kalapalo não tem parentesco com a ministro da Família, Mulher e Direitos Humanos

Por Paulo Roberto Netto
Atualização:

A índia Ysani Kalapalo chega à casa de Jair Bolsonaro, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Foto: Fabio Motta / Estadão (23/10/18)

Publicações compartilhadas no Facebook afirmam falsamente que a índia que acompanhou o presidente Jair Bolsonaro na comitiva da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) seria a filha adotiva da ministra Damares Alves (Mulheres, Família e Direitos Humanos). Os posts foram disseminados logo após o discurso de Bolsonaro no evento, no mês passado.

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A índia que integrou a comitiva presidencial na ONU se chama Ysani Kalapalo, da aldeia de Tehuhungu, no Alto Xingu (MT). Ela não é a filha adotiva de Damares e nem tem qualquer parentesco com ela. Kalapalo ganhou projeção a partir do Movimento Indígenas em Ação e de seu canal no Youtube, onde comentava assuntos relacionados ao cotidiano indígena. Recentemente, o perfil passou a divulgar conteúdos politizados e alinhados à pauta do governo federal.

Pelo Instagram, Kalapalo negou ter parentesco com Damares. "Eu vejo bastante pessoas dizerem: 'a Ysani Kalapalo é aquela índia sequestrada da Damares'. Não é nada disso", afirmou, em vídeo ao lado da ministra.

A filha adotiva de Damares, por sua vez, se chama Kayutiti Lulu Kamayurá, de 20 anos. Ela foi adotada pela hoje ministra quando era criança. Em janeiro deste ano, reportagem da revista Época afirmou que a garota foi levada da aldeia para fazer um tratamento dentário na cidade e jamais retornou.

A publicou fotos com os pais biológicos de Lulu, mas admitiu que a adoção não foi formalizada.

As fotos que ilustram a peça de desinformação foram retiradas do perfil pessoal de publicada no perfil da própria índia na rede social.

Caminho da verificação. Para checar este boato, o Estadão Verifica consultou os perfis pessoais de Damares Alves e Ysani Kalapalo nas redes sociais, além de reportagens do 'Estado', sobre Kalapalo, e da revista Época, sobre a adoção da filha de Damares.

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Para localizar as fotos, a reportagem utilizou o Google Imagens, ferramenta de busca reversa do Google.

Este boato foi selecionado para verificação por meio da parceria entre o Estadão Verifica e o Facebook. A Agência Lupa, o AosFatos e a AFP Checamos também desmentiram este conteúdo.

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