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Vídeo de prisão por extorsão em 2014 circula sem contexto; caso não tem relação com Lula

Imagens compartilhadas no Instagram mostram coordenador da Defesa Civil de cidade do Paraná tentando extorquir ex-prefeito

Por Talita Burbulhan

O que estão compartilhando: que a prisão de um homem em flagrante por extorsão é um caso de corrupção do atual governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. O vídeo é de 2014, quando Lula não ocupava cargo político, e mostra a prisão do então coordenador da Defesa Civil de Paranaguá (PR), Jamal Toufic Ali Hajar, por extorquir R$ 60 mil do ex-prefeito da cidade, José Baka Filho.

Caso de homem preso em flagrante por extorsão ocorreu em 2014, quando Lula não ocupava cargo público. Foto: Reprodução/Instagram

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Saiba mais: Ao vídeo de uma ação policial que mostra um homem sendo preso em flagrante por extorsão foram acrescentadas afirmações como “O amor voltou, a corrupção veio junto com ele” e “A corrupção é a democracia relativa do Lula”.

O vídeo publicado por um pastor no Instagram no dia 12 de março acumula 150 mil visualizações. Houve quem atribuísse à atual gestão federal o episódio: “governo Lula é assim… é comum”, “O Brasil não merece esse desgoverno. Misericódia” e “o amor, a corrupção voltou com força” foram alguns dos comentários feitos por usuários na publicação.

Flagrante ocorreu em 2014

O vídeo alvo desta checagem mostra uma ação da Polícia Civil que prendeu Jamal Toufic Ali Hajar, em agosto de 2014. De acordo com a investigação, Hajar inventou que estava em curso uma operação que iria prender José Baka Filho, que ocupou o cargo de prefeito de Paranaguá de 2005 a 2012 e que nas eleições gerais de 2014 concorreu a deputado federal. Nas últimas eleições, ele concorreu pelo PDT.

Matéria da Gazeta do Povo, publicada na época, explica que Hajar teria se comprometido a intervir em favor do ex-prefeito em troca de um pagamento, que seria distribuído entre policiais e promotores para evitar a prisão.

Quando a extorsão começou, Baka Filho consultou seu advogado, para verificar a existência da suposta operação. Com a resposta negativa, ele acabou procurando a polícia e armou um flagrante para Hajar.

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“Ele não quis falar muito. Disse apenas que não tem contatos na polícia nem no MP e que inventou a história para ganhar dinheiro fácil. Com a proximidade das eleições, se apoiou no valor que os políticos dão à imagem para tentar lucrar”, explicou o delegado Leonardo Bueno Carneiro, em matéria publicada pelo jornal Tribuna.

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