Ao completar 48 anos em junho de 2017, Teodorin Obiang organizou uma festa em sua mansão de Malabo. Chamou decoradores renomados dos Estados Unidos e levou da Itália alguns dos melhores cozinheiros. Mas foi o tema da festa que chamou a atenção: fantasias de “gangsters de Nova York dos anos 30”.
Quem viajou até lá se deparou com garrafas de Champagne Louis Roederer Cristal. E com uma “ordem” do “patrão”, como ele gosta de ser chamado: nenhum dos convidados deveria entrar com seus celulares.
Obiang e sua família passaram a ser alvo de uma série de processos por suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro. Seu estilo extravagante chama a atenção de investigadores, assim como suas propriedades pelo mundo. Em São Paulo, ele chegou a comprar um tríplex na Rua Haddock Lobo, nos Jardins, mas nunca usou.
Em apenas dois iates, as estimativas dos investigadores é de que a família Obiang tenha gasto quase US$ 200 milhões, mais de dez vezes o orçamento anual do Ministério da Saúde de seu país. Oficialmente, um dos barcos – o Ice – está registrado em nome do Ministério da Defesa da Guiné.
Nos EUA, a polícia se surpreendeu quando entrou em sua mansão de Malibu e encontrou, na garagem, 35 carros de luxo. Num aeroporto nas proximidades, um avião de US$ 38 milhões também estava em seu nome.
Pelas ruas de Genebra, não era raro ver um Rolls Royce cor creme percorrer a cidade com seu irmão, Justo, sempre vestido como um cantor de rap.
Em sua infância, enquanto 90% da população da Guiné Equatorial vivia com menos de US$ 1 por dia, Teodorin e seu irmão frequentavam os colégios destinados aos filhos das monarquias europeias e dos maiores empresários do mundo, em Rolle. A juventude dos herdeiros ainda incluía longos períodos na estação de esqui de Gstaad.
Em 2009, Obiang tentou comprar uma propriedade da monarquia saudita. Em 2013, a família comprou uma mansão à vista em Anieres por US$ 6,7 milhões.