O trabalho de limpeza na usina nuclear de Fukushima, no Japão, está seguindo adiante de forma tranquila e as perspectivas são boas para colocá-la sob controle, disse o chefe da agência nuclear da ONU nesta segunda-feira após uma visita à usina afetada pela crise. O Japão anunciou na semana passada que os esforços para assumir o controle da usina nuclear de Fukushima estavam acontecendo conforme planejado, mais de quatro meses depois que ela foi atingida por um forte terremoto e tsunami, que desencadearam o derretimento dos combustíveis e o vazamento de radiação. No entanto, o governo alertou que a limpeza final do pior acidente nuclear desde Chernobyl poderia demorar muitos anos. "Observando o local, o trabalho está prosseguindo muito tranquilamente", afirmou Yukiya Amano, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). "Tantas pessoas estão trabalhando com vontade, então eu senti que a perspectiva era positiva", disse o diplomata veterano a jornalistas, segundo a emissora pública NHK. Os comentários de Amano estão de acordo com um comunicado divulgado na sexta-feira, em que ele apontou um progresso significativo nos esforços para conter a crise nuclear do Japão. O governo e a Tokyo Electric Power, operadora da usina de Fukushima, atingiram a meta de julho para reduzir a radiação de forma estável, mas autoridades disseram que demoraria mais de 10 anos para desativar os reatores, cujos problemas aumentaram as preocupações do público com relação à energia nuclear. Mais de dois terços dos japoneses apoiam a proposta do primeiro-ministro Naoto Kan para que o país deixe a dependência da energia nuclear, revelou uma pesquisa da agência de notícias Kyodo no domingo. Apenas 16 dos 54 reatores estão operando no Japão desde o desastre de março, em decorrência dos receios do público com segurança, gerando preocupações sobre a escassez de energia que poderia atingir a frágil economia japonesa. (Reportagem de Yoko Kubota)
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