Americanos querem salvar zoológico de Cabul

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Por Agencia Estado
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Os animais do zoológico da capital afegã Cabul, cidade devastada pelos bombardeios norte-americanos, converteram-se em um "objeto de salvamento" da Associação de Zoológicos dos Estados Unidos (AZA, em inglês) e de veterinários, que ficaram emocionados com a história do leão mais velho do Afeganistão. Durante a administração do regime Taleban, o zoológico foi para os 750.000 habitantes de Cabul o único local de entretenimento. "O sofrimento dos animais em Cabul e a dedicação do pessoal que sai em sua ajuda estão diante de nossos olhos. Devemos fazer o possível para ajudá-los", disse Sydney Butler, diretor-executivo da AZA. "Através do trabalho que fazemos no Afeganistão temos um grupo de pessoas que pode dar uma mão para fazer chegar fundos, comida e material sanitário a Cabul", declarou o diretor do zoológico da Carolina do Norte e presidente do maior hospital para animais do Paquistão, David Jones. "As necessidades humanitárias no Afeganistão são enormes, mas nós somos zoólogos e sentimos o dever de colocar nossos recurso à disposição dos animais que morrem pelas bombas", disse Jones. Como um primeiro passo, a AZA colocou à disposição do zoológico de Cabul cerca de US$ 40.000, dinheiro suficiente para garantir a sobrevivência dos animais e pagar os funcionários - 11 no total - pelos próximos seis meses. O zoológico de Cabul, antes dos bombardeios norte-americanos, já havia sobrevivido a 20 anos de guerra e recebia centenas de visitantes por dia. Mas tudo mudou depois que o regime Taleban se apoderou de grande parte do país. Marjan, o velho leão cego, é considerado o símbolo do zoológico, já que ele também conseguiu sobreviver à guerra e a atentados contra sua vida. Quando os talebans ingressaram em Cabul, um mujaidin ingressou na jaula e tentou matá-lo, mas Marjan se defendeu, arrancando um braço do atacante, que mais tarde faleceu pelos ferimentos. Dias depois, um irmão do mujaidin tentou vingar a morte, lançando uma granada dentro da jaula de Marjan. Os ferimentos provocados pela explosão deixaram o leão cego e com dificuldades para caminhar. Há algum tempo, o leão se converteu em um símbolo de esperança e no protagonista de uma campanha de opinião transatlântica para salvar a vida. Marjan agora vive em uma jaula junto com os lobos, alguns chimpanzés e um urso negro. Leia o especial

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