Três anos atrás, o então desconhecido clérigo Abu Bakr al-Bagdadi falou ao mundo diante da Grande Mesquita de Mossul como líder de um novo grupo terrorista. O anúncio da criação de um “califado” no Iraque e na Síria foi o ponto alto para o Estado Islâmico. Seu exibicionismo, violência e ideologia o ajudou a conquistar territórios, atrair uma legião de combatentes estrangeiros e criar um governo, com uma grande receita com base no petróleo.
Mas agora seu Estado está desabando. Na Síria, as milícias apoiadas pelos EUA cercaram a cidade de Raqqa, a outra capital do califado, e as forças iraquianas retomaram Mossul.
Mas os duros reveses em suas duas maiores cidades não representam a derrota do EI, dizem analistas. O grupo, que começou como uma força insurgente, agora tem um alcance internacional e uma ideologia que continua a motivar ataques em todo o mundo. “Este, obviamente, foi o maior golpe contra o EI, pois encerra seu projeto de criar um Estado. Não haverá mais califado e isso reduzirá o apoio ao grupo”, disse Hassan Hassan, do Instituto Tahrir para Política no Oriente Médio, em Washington.
O EI suplantou grupos jihadistas precursores, como a Al-Qaeda, não apenas controlando mais territórios, mas também administrando cidades, ganhando credibilidade no mundo militante e construindo uma organização complexa, com especialistas em armas e propagandistas, entre outros. Este não é o fim, mas uma nova etapa para o grupo.