Rússia ameaça ‘resposta dura’ ao Ocidente caso seus ativos congelados sejam confiscados

Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse que país não negocia sua pátria em resposta a uma matéria do ‘The Wall Street Journal’

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

MOSCOU - A Rússia ameaçou dar uma resposta dura ao Ocidente caso os ativos congelados do país no exterior sejam confiscados. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, chamou o confisco de roubo ocidental e disse que a Rússia não negocia sua pátria. Zakharova é conhecida por suas declarações incendiárias a cargo da comunicação da chancelaria russa.

A declaração da diplomata foi feita em uma mensagem no Telegram no domingo, 28, em reação a uma reportagem publicada pelo jornal americano The Wall Street Journal, que sugere que a Alemanha pretende deixar os ativos russos congelados intactos para “usá-los como alavanca nas negociações para encerrar o conflito e incentivar a Rússia a ceder parte do território ucraniano que está ocupado”.

PUBLICIDADE

“Os bens russos devem permanecer invioláveis; caso contrário, haverá uma resposta dura ao roubo ocidental. E muitos no Ocidente já compreenderam isso. É uma pena que nem todos”, disse Zakharova na rede social.

A Rússia detém cerca de US$ 300 bilhões em contas bancárias, investimentos e outros ativos congelados pelas potências ocidentais devido à invasão na Ucrânia que começou em 2022. Desses, cerca de US$ 207 bilhões (191 bilhões de euros) são mantidos na Euroclear, uma câmara de compensação na Bélgica.

Bandeira nacional russa hasteada no topo da torre de água em Mariupol, na Ucrânia ocupada pela Rússia. Foto: AFP

A proposta de uso de tais reservas internacionais veio à tona pelos Estados Unidos no final de fevereiro. Na semana passada, Joe Biden sancionou uma lei que libera um pacote de ajuda para a Ucrânia, além de Israel e Taiwan, e dá nova autoridade para americanos apreenderem ativos estatais russos localizados nos Estados Unidos e utilizá-los em benefício de Kiev.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.