O novo secretário de Defesa americano, Robert Gates, assumiu o cargo nesta segunda-feira com um discurso no qual alertou que uma eventual derrota no Iraque implicaria numa "calamidade" que perseguirá os Estados Unidos por muitos anos. Para que isso não ocorra, o ex-diretor da CIA anunciou que terá o país árabe como prioridade em sua gestão. "Todos nós queremos encontrar uma forma de trazer nossos filhos e filhas de volta", disse Gates depois de prestar juramento no Pentágono junto ao vice-presidente americano, Dick Cheney. "Mas, como o presidente deixou claro, nós simplesmente não podemos se derrotados no Oriente Médio. Falhar no Iraque nesta conjuntura seria uma calamidade que perseguirá nossa nação, manchará nossa credibilidade e colocará os americanos em risco por décadas." Gates disse que pretende viajar ao Iraque em breve para conhecer a visão "crua" dos comandantes americanos sobre como melhorar a situação. O presidente americano, George W. Bush, classificou Gates, de 63 anos, como o "homem certo" para os múltiplos desafios no Iraque e na luta global contra o terrorismo. "Nós somos uma nação em guerra", disse Bush. "E eu confio que nosso secretário de Defesa irá nos fornecer com as melhores soluções possíveis. Ele será um líder fora de série para nossos homens e mulheres de uniforme." Gates, que substituiu o ex-secretário de Defesa Donald H. Rumsfeld, havia assumido o cargo mais cedo nesta segunda-feira em uma cerimônia privada na Casa Branca. Gates acrescentou que desde sua confirmação no Senado no início do mês ele tem participado de reuniões sobre o Iraque na Casa Branca, recebeu informações do Pentágono e discutiu o assunto profundamente com o presidente.
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