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As maiores derrotas democratas nas eleições de meio de mandato nos EUA

Apesar de terem conquistado a maioria na Câmara dos Deputados e conseguido vitórias importantes em alguns Estados americanos, os democratas tiveram derrotas inesperadas

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Por Redação
Atualização:

Apesar de terem conquistado a maioria na Câmara dos Deputados e conseguido vitórias importantes em alguns Estados americanos, as eleições de meio de mandato nos Estados Unidos deixaram diversos derrotados entre os democratas. Alguns, tidos como favoritos antes do pleito começar, foram os mais representativos.

Eleitores americanos votam em escola de Manhattan, em Nova York, na eleição de meio de mandato Foto: REUTERS/Andrew Kelly

Candidatos negros aos governos estaduais 

Os democratas tinham esperança de eleger três governadores negros em importantes estados: Flórida, Geórgia e Maryland. Não ganharam em nenhum. Na Geórgia a disputa está em aberto, mas o republicano Brian Kemp lidera com 50,4% dos votos contra 48,7%, uma diferença de pouco mais de 65 mil votos.

Republicano Ron DeSantis (E) e o democrata Andrew Gillum representam polarização da política americana e dão sinais para a disputa presidencial de 2020 Foto: Chris O'Meara/Pool via REUTERS

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A derrota mais sentida foi a de Andrew Gillum, que perdeu para seu adversário republicano, o ex-congressista Ron DeSantis, de 40 anos, tem o mesmo viés populista do presidente Donald Trump. Gillium, ex-prefeito da cidade de Tallahassee, era considerado um azarão no começo da campanha, mas ganhou força com o apoio de importantes democratas. Seus fervorosos seguidores consideram seu discurso tão inspirador quanto o do progressista Bernie Sanders ou o do ex-presidente Barack Obama. Queria impor limites ao aborto, reduzir os impostos, endurecer a política migratória e defender a livre venda de armas. Ele chegou perto da vitória: perdeu por apenas 55.439 votos. 

Em Maryland, o ex-presidente da Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor, Ben Jealous, não conseguiu derrotar o candidato republicano larry Hogan. Ele vinha defendendo a luta pelos direitos civis em sua tentativa frustrada de se tornar o primeiro governador afro-americano no estado.

Beto 2020

Beto O’Rourke, deputado e candidato democrata ao Senado, se tornou o queridinho do partido. Aos 45 anos, nascido na fronteiriça El Paso e fluente em espanhol, ele foi um crítico ferrenho da política migratória de Donald Trump, e falou em mudanças climáticas, salário dos professores, custo de vida dos aposentados. Encampando pautas progressistas caras aos democratas, arrecadou um valor recorde de contribuições de US$ 70 milhões.

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Beto O'Rourke, jovem estrela democrata Foto: AP Photo/Richard W. Rodriguez

Chegou perto de desbancar o favorito Ted Cruz no bastião republicano do Texas, Estado onde o partido não perde há mais de 30 anos. Mas não deu certo. Ted Cruz teve 50,9%, com 4.228.832 votos, e Beto teve 48,3%, com 4.015.082. Defensores dizem que mesmo com a derrota, Beto O’Rourke saiu vitorioso porque pode se concentrar em sua campanha eleitoral para concorrer nas primárias presidenciais do partido Democrata em 2020. Mas uma derrota é uma derrota, ainda mais custando US$ 70 milhões.

Transexual que perdeu a disputa pelo governo

Outra candidata progressista derrotada foi Christine Hallquist, ex-executiva do setor de energia, tornou-se a primeira candidata transgênero nomeada por um partido grande para concorrer ao governo de um Estado nos EUA. Ela derrotou outros três candidatos na primária do Partido Democrata em Vermont. A democrata de 62 anos foi derrotada por Phil Scott, um republicano comparativamente popular e moderado.

Scott se distanciou de Trump em um dos Estados que mais votam em democratas nos EUA, e cujo político mais famoso é o senador Bernie Sanders, um autodenominado socialista democrata reeleito como senador independente na terça-feira, 6. Phil Scott ganhou com 55,4% dos votos, 150.761 no total, e Christine Hallquist teve 40,5%, ou 110.136 votos.

 

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