Centenário do Armistício da 1ª Guerra reunirá 75 líderes mundiais 

Apesar de ser convidado de honra do presidente francês, Emmanuel Macron, governo brasileiro será representado por seu embaixador em Paris

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Por Andrei Netto , Correspondente e Paris 
Atualização:

O governo brasileiro não enviou representante de Brasília para a maior cerimônia diplomática do ano no mundo. Convidado de honra da França para a festa do Centenário do Armistício da 1.ª Guerra, por ter enviado tropas para lutar ao lado dos aliados – embora não tenham participado dos combates –, o Brasil não será representado nem pelo presidente, Michel Temer, nem pelo chanceler, Aloysio Nunes Ferreira, nas solenidades que acontecerão no fim de semana na capital francesa. 

Theresa May e Emmanuel Macron se preparam paradepositar uma coroa de flores composta pela papoula britânica e o mirtilo francês,em homenagemaos combatentes. Foto: ludovic MARIN / various sources / AFP

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Entre os mais de 75 chefes de Estado e de governo do mundo estarão na capital francesa os presidentes dos EUA, Donald Trump, da Rússia, Vladimir Putin, da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, a chanceler alemã, Angela Merkel e o premiê de Israel, Binyamin Netanyahu

A situação foi confirmada ao Estado por fontes diplomáticas do governo francês. As cerimônias do centenário do fim da 1.ª Guerra começaram na semana passada, quando o presidente francês, Emmanuel Macron, iniciou uma turnê pelas cidades e regiões mais afetadas pelo conflito.

No domingo, grande parte de Paris será bloqueada ao trânsito em razão da presença de chefes de Estado e de governo e de mais de uma dezena de líderes de organizações internacionais na capital, incluindo o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres. 

Tratado de paz

Por ter enviado ajuda, o Brasil foi o único país latino-americano convidado para participar das cerimônias solenes no Arco do Triunfo, que serão seguidas de uma recepção de Macron no Palácio de Versalhes

No entanto, enquanto outros presidentes estarão na França, até mesmo sem vaga na cerimônia principal, como o da Colômbia, Brasília não respondeu ao convite. O Ministério das Relações Exteriores francês recebeu apenas a confirmação de que o embaixador brasileiro em Paris, Paulo César de Oliveira Campos, representará o País.

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Contatado pela reportagem do Estado, o Itamaraty não respondeu sobre as razões de o governo brasileiro não ter enviado um representante de Brasília ao evento. 

O fim de semana diplomático será intenso em Paris. Amanhã, Macron receberá Trump e sua mulher, Melania. Os dois casais visitarão o cemitério americano de Bois Belleau, na região de Aisne, outro dos teatros da guerra. 

À tarde, o presidente francês terá um encontro bilateral com Angela Merkel na região de Oise, no local em que o armistício foi assinado entre os dois países, em 11 de novembro de 1918. À noite, dirigentes de todo o mundo serão recebidos para a celebração do centenário no Museu de Orsay, em Paris. 

No domingo, após a solenidade oficial no Arco do Triunfo e do almoço oferecido em Versalhes, os dirigentes de todo o mundo serão recebidos no 1.º Fórum sobre a Paz, que tratará, entre outros temas, da guerra civil na Síria.

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