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Chefes de gabinete de May renunciam após revés do Partido Conservador

Primeira-ministra reiterou que não tem intenção de ceder e chegou a um princípio de acordo com o norte-irlandês Partido Unionista Democrático (DUP) que lhe permitiria seguir no comando do Executivo

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Por Redação
Atualização:

LONDRES - Os dois chefes de gabinete da primeira-ministra britânica Theresa May anunciaram neste sábado, 10, suas demissões após o revés eleitoral dos conservadores, que nas eleições de quinta-feira perderam sua maioria absoluta no Parlamento, a poucos dias do início das negociações sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, o Brexit. May nomeou o ex-secretário de Habitação Gavin Barwell como novo chefe de gabinete.

“Assumo minha responsabilidade por meu papel nessa campanha eleitoral, que era de supervisionar o programa”, escreveu um deles, Nick Timothy, em uma carta publicada no site ConservativeHome.

Nick Timothy eFiona Hill deixam chefia de gabinete após pressão de líderes do Partido Conservador Foto: EFE/EPA/FACUNDO ARRIZABALAGA

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A outra conselheira principal de May, Fiona Hill também pediu demissão, afirmou pouco depois um porta-voz do Partido Conservador. A posição de ambos, responsáveis pela campanha dos conservadores – classificada de “catastrófica” por vários deputados do partido –, tornou-se insustentável.

Segundo a imprensa britânica, pesos pesados do partido exigiram a demissão dos dois conselheiros à premiê se ela quisesse evitar uma rebelião aberta.

Fiona Hill e Nick Timothy já haviam sido conselheiros de May quando ela era ministra do Interior, entre 2010 e 2016.

Apesar das pressões que May recebeu para renunciar, a primeira-ministra reiterou hoje que não tem intenção de ceder e chegou a um princípio de acordo com o norte-irlandês Partido Unionista Democrático (DUP) que lhe permitiria seguir no comando do Executivo, mesmo com uma minoria no Parlamento.

Nas eleições de quinta-feira, os conservadores somaram 318 deputados, 8 a menos da maioria absoluta na Câmara dos Comuns, onde precisarão do apoio de políticos de outros partidos a partir de agora para desenvolver suas propostas. O DUP obteve dez cadeiras.

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Pressão. Uma pesquisa do site ConservativeHome – ponto de encontro habitual de integrantes e simpatizantes do Partido Conservador do Reino Unido – revelou hoje que 59,5% dos integrantes do partido que responderam a sondagem acreditam que a primeira-ministra deveria renunciar depois que a legenda perdeu a maioria absoluta no Parlamento nas eleições, que ela antecipou acreditando que se sairia vitoriosa e obteria mais força no Parlamento para negociar o Brexit.

O levantamento recebeu 1.503 respostas por parte de filiados do partido, dos quais 36,6% acreditam que May deve continuar no cargo, enquanto 3,9% disseram não ter uma opinião formada a respeito.

O ex-ministro conservador para a Irlanda do Norte, Owen Paterson, alertou em uma entrevista à BBC que iniciar um processo para escolher um novo líder levaria os conservadores ao “caos” em um momento político complexo, quando estão a ponto de começar as negociações sobre o Brexit.

“Faltam nove dias para que comece o diálogo sobre o Brexit e sofremos dois horríveis incidentes de segurança recentemente. Colocar agora o Partido Conservador em um novo processo de primárias seria muito pouco inteligente”, disse Paterson.

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May confirmou no cargo seus cinco principais ministros, que controlam as pastas de Economia, Interior, Relações Exteriores, Defesa e Brexit.

Na sexta-feira, a chanceler alemã, Angela Merkel, defendeuuma rápida negociação do Brexit para concretizar a saída do Reino Unido, apósMay perder a maioria parlamentar nas eleições britânicas. “Estamos prontos para as negociações. Queremos que sejam rápidas, que se respeite o calendário”, disse Merkel em entrevista coletiva no México, onde realiza visita oficial.

A chanceler afirmou que os europeus estão prontos para as negociações, já definiram sua base de atuação e não há nenhum motivo para não se cumprir com o previsto. / AFP e EFE

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