PEQUIM- A China promulgou uma lei neste sábado, 23, que limita as matrículas e cursos após as aulas, uma iniciativa que visa reduzir a grande pressão sobre os alunos, segundo a mídia oficial chinesa.
Para proteger os jovens, o governo chinês aprovou várias normas paternalistas nos últimos meses, a fim de combater as atividades que considera prejudiciais ao desenvolvimento das crianças.
Anteriormente, havia banido menores de videogames por mais de três horas por semana para combater o vício e reduzido drasticamente o uso de aulas particulares.
Nas últimas semanas, o governo também adotou medidas mais ideológicas contra a idolatria das celebridades, principalmente em relação a programas de televisão com artistas considerados "vulgares" e "afeminados".
A partir de agora, as autoridades locais devem "fortalecer sua supervisão para que a carga dos alunos em termos de matrículas e cursos extra-escolares seja reduzida", disse a agência oficial Xinhua, referindo-se à lei aprovada neste sábado pelo Parlamento.
“Os pais (...) devem distribuir de forma razoável o tempo dedicado aos estudos, descanso, diversão e atividade física dos menores, de forma a não sobrecarregar o aprendizado e evitar qualquer dependência da internet”, diz o texto. .
Esta lei chamada de "promoção da educação familiar" entrará em vigor a partir de 1º de janeiro de 2022.
O sistema escolar da China é muito seletivo. Os chineses se preparam desde a infância para passar, aos 18 anos, no vestibular, no qual se determina se o aluno tem acesso ao ensino superior e em qual estabelecimento.
Nesse contexto, muitos pais gastam fortunas para matricular seus filhos nas melhores escolas ou fazer aulas particulares, o que afeta suas finanças e a saúde de seus filhos.
Diante do envelhecimento da população, um efeito colateral de décadas de políticas altamente restritivas de controle de natalidade, a China agora tenta reverter a tendência e permitir que os casais tenham até três filhos.
Mas os custos ligados à educação causam relutância por parte dos pais, por isso as autoridades esperam desta forma incentivá-los a procriar, procurando, acima de tudo, reduzir a carga escolar em vários aspectos./AFP