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Lei de mobilização militar na Ucrânia entra em vigor, em meio à nova ofensiva russa no país

Presidente Volodymyr Zelenskyy tenta aumentar número de recrutas ucranianos, enquanto forças russas ameaçam a região de Kharkiv, no Nordeste

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Por Redação

A nova lei de mobilização militar na Ucrânia entrou em vigor neste sábado, 18, na tentativa do presidente Volodimir Zelenski de aumentar o número de tropas para conter a ofensiva russa que ameaça Kharkiv, a segunda maior cidade do país.

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A legislação, que foi enfraquecida em relação ao projeto original, facilitará a identificação de recrutas e irá oferecer incentivos a soldados, como bônus em dinheiro ou recursos para compra de casas ou carros. Alguns analistas, porém, argumentam que o governo não terá como pagar esses incentivos.

Legisladores ucranianos adiaram a análise do projeto por meses e só aprovaram a lei em meados de abril, uma semana depois de a Ucrânia ter baixado a idade dos homens que podem ser recrutados, de 27 para 25 anos.

Militar ucraniano, durante batalhes contra a invasão do país pela Rússia  Foto: Valentyn Ogirenko/Reuters

As medidas refletem a pressão crescente sobre a Ucrânia depois de dois anos de guerra com a Rússia. Os ucranianos tentam manter a linha da frente numa luta que tem minado as fileiras do país e as suas reservas de armas e munições.

Zelenski também assinou duas outras leis na sexta-feira, permitindo que prisioneiros se alistem no Exército e quintuplicando as multas para os desertores do recrutamento. A Rússia alistou os seus prisioneiros no início do conflito e a falta de pessoal obrigou a Ucrânia a adotar as novas medidas de alistamento.

Nova ofensiva russa

As tropas russas iniciaram uma nova ofensiva terrestre na região de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, e colocou mais pressão sobre o exército sobrecarregado de Kiev. Após semanas de sondagens, Moscou lançou a nova ofensiva sabendo que a Ucrânia sofria de falta de pessoal e que as suas forças estavam dispersas na região.

O presidente russo, Vladimir Putin, disse na sexta-feira, durante uma visita à China, que a ofensiva visa criar “uma zona tampão”, em vez de capturar Kharkiv. As forças de Moscou têm bombardeado a cidade com ataques nas últimas semanas, atingindo infraestruturas civis e energéticas e provocando acusações furiosas de Zelenskyy de que a liderança russa procurava reduzir a cidade a escombros.

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Na sexta-feira, o presidente da Câmara da Ucrânia, Ihor Terekhov, afirmou que as bombas guiadas russas mataram pelo menos três residentes e feriram outras 28 pessoas. Moscou nega ter deliberadamente como alvo os civis, mas milhares de pessoas morreram ou sofreram ferimentos nos mais de 27 meses de combates.

Apoio americano e fuga a nado

Na semana passada, os EUA anunciaram um novo pacote de ajuda militar de US$ 400 milhões para a Ucrânia, e o presidente Joe Biden prometeu que iria enviar rapidamente armamentos para o ajudar a travar os avanços russos. Ainda assim, apenas pequenos lotes de ajuda militar dos EUA começaram a chegar à linha da frente, de acordo com os comandantes militares ucranianos, que disseram que levará pelo menos dois meses até que os fornecimentos satisfaçam as necessidades de Kiev para manter as linhas de combate.

Milhares de ucranianos fugiram do país para evitar o recrutamento desde a invasão pela Rússia em fevereiro de 2022, alguns arriscando a vida ao tentar atravessar a nado um rio que separa a Ucrânia dos vizinhos Romênia e Hungria. Na sexta-feira, a Ucrânia afirmou que pelo menos 30 pessoas morreram ao tentar atravessar o rio Tisza desde a invasão. Os guardas fronteiriços romenos recuperaram, dias antes, o corpo quase nu e desfigurado de um homem que parecia estar a flutuar no Tisza havia dias e que é a 30ª vítima conhecida, afirmou a agência ucraniana. O homem ainda não foi identificado. /AP

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