Choques contínuos deixaram cinco mortos em La Paz, além dos 41 mortos no país em três semanas. Numa tentativa de acalmar os ânimos, o presidente Gonzalo Sánchez de Lozada recuou de sua intenção de iniciar um programa de exportação de gás por intermédio do Chile, um dos fatores que motivaram a onda de protestos promovida pela oposição. Milhares de manifestantes revoltados e pedindo a renúncia do presidente tomaram conta do centro de La Paz. Em meio à multidão, bandos saquearam lojas e incendiaram armazéns e casas. Eleito no ano passado, Sánchez de Lozada acusou seu adversário eleitoral e líder sindicalista dos plantadores de coca da região do Chapare, Evo Morales, e o defensor dos direitos da etnia indígena aimará, Felipe Quispe, de arquitetarem a conspiração contra ele. O presidente foi à TV depois de uma reunião com a alta hierarquia das Forças Armadas e membros de seu gabinete. Em Cochabamba, Morales disse que o país está à beira de uma guerra civil por causa das medidas adotadas por Sánchez de Lozada. O programa de exportação de gás, segundo os opositores, traria lucros menores à Bolívia do que ao Chile - por meio do qual o produto seria transportado para os EUA e o México.
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