Cingapura executa segunda pessoa em três semanas por tráfico de maconha

Homem foi condenado em 2019 por tráfico de cerca de 1,5 kg de maconha e foi executado nesta quarta-feira

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Por Redação

KUALA LUMPUR, Malásia - Cingapura executou nesta quarta-feira, 17, um prisioneiro condenado por tráfico de 1,5 kg de maconha, três semanas depois que outro homem foi enforcado por tentativa de tráfico de drogas.

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A execução do preso, um malaio de 37 anos. Os familiares do preso optaram por não revelar a sua identidade nem contatar a imprensa, após terem recebido a notícia da execução com uma semana de antecedência, na quarta-feira, protocolo habitual em Cingapura.

Cingapura tem uma das leis anti-narcóticos mais severas do mundo e prevê a pena de morte para um mínimo de 500 gramas de tráfico de droga.

Centro de prisão de Cingapura onde ocorreu mais uma execução relacionada ao tráfico de drogas Foto: Lionel Ng / AP

Cerca de 600 prisioneiros estão no corredor da morte no país, na sua maioria por crimes relacionados à drogas. No ano passado, Cingapura executou 11 pessoas por crimes relacionados ao tráfico de drogas, após um hiato de dois anos devido à pandemia de covid-19.

O enforcamento de um malaio que se acreditava ser deficiente mental provocou um protesto internacional e colocou a pena capital do país sob escrutínio por desrespeitar as normas dos direitos humanos.

A execução ocorre três semanas após o país ter efetuado a primeira execução do ano. Tangaraju Suppiah, cidadão de Cingapura de 46 anos, foi enforcado na primeira execução deste ano por tráfico de 1 kg de maconha, no dia 26 de abril, embora não tenha sido apanhado com a droga.

Os procuradores afirmaram que os números de telefone o identificaram como a pessoa responsável pela coordenação da entrega da droga, o que ele negou.

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Grupos de defesa dos direitos humanos, o magnata britânico Richard Branson e as Nações Unidas têm instado Cingapura a suspender as execuções por crimes relacionados com a droga, uma vez que cada vez mais provas demonstram que a pena de morte é ineficaz como fator de dissuasão.

Mas as autoridades de Cingapura insistem que todos os prisioneiros têm direito ao devido processo legal e a pena capital continua a ser “parte da estratégia global de prevenção de danos de Cingapura, que visa tanto a procura como a oferta de droga”.

Para além de Cingapura, a Anistia Internacional afirmou que a Indonésia realizou 112 execuções por crimes de tráfico de drogas no ano passado por fuzilamento. Em contrapartida, a vizinha Tailândia legalizou a cannabis e a Malásia pôs fim à pena de morte obrigatória para crimes graves./ EFE, AP e AFP

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