GENEBRA - Os governos da América Latina não conseguem chegam a um acordo sobre quem será o novo presidente do Conselho de Direitos Humanos da ONU, a partir de janeiro de 2017. De um lado, El Salvador, candidato preferido da Venezuela e único nome oficialmente na disputa, não tem o respaldo de países como Brasil e Argentina. A candidatura brasileira, que chegou a ser cogitada, esbarrou na oposição chavista.
Nesta quarta-feira, 2, em Genebra, uma reunião entre embaixadores da região terminou apenas com a decisão de se adiar qualquer indicação. Pelo rodízio de regiões, cabe ao continente assumir em 2017 o posto máximo em termos de direitos humanos na ONU.
A diplomacia brasileira pressiona para evitar o consenso em torno de El Salvador. O Itamaraty chegou a avaliar uma candidatura, masdiplomatas de alto escalão indicaram que a tendência é o País retome seu assento no Conselho de Direitos Humanos no ano que vem sema presidência. Com isso, o Brasil poderia tomar uma "posição ativa" no organismo.
Nos bastidores, diplomatas de outros governos apontam que o recuo do Brasil ocorreu por conta de um claro sinal de que o Itamaraty não conseguiria reunir um consenso para representar a América Latina, uma vez que a Venezuela se oporia à candidatura.
Ao Estado, o embaixador venezuelano nas Nações Unidas, Jorge Valero, insistiu que "não teria cabimento" a presidência do órgão ser dada ao governo de Michel Temer.Diplomatas venezuelanos confirmaram ao Estado que não estavam dispostos a aceitar o nome do Brasil. "Não permitiremos que haja um consenso", disse um deles, na condição de anonimato.