PUBLICIDADE

Enfermeiras demitidas por recusarem-se a usar véus

Por Agencia Estado
Atualização:

Onze enfermeiras demitidas de um hospital público, no predominantemente muçulmano norte da Nigéria, por recusarem-se a usar véus na cabeça, estão pedindo ajuda internacional para conseguir seus empregos de volta. As mulheres estão entre as 21 demitidas em dezembro de 2001 de um hospital do governo, em Azare, no estado de Bauchi. Dez delas conseguiram ser readmitidas, depois que concordaram em conformar-se com a ordem. Sete delas, ainda desempregadas, encontraram-se hoje, em Lagos, com a baronesa Caroline Cox of Quensbury, representante da Câmara dos Lordes inglesa, pedindo ajuda ao ex-governador colonial da Nigéria. Cox, que também já foi enfermeira, comprometeu-se a levar o caso ao parlamento. As mulheres disseram que se recusaram a usar véus porque são cristãs e que suas famílias estão passando fome e necessidades depois que foram demitidas. ?A maioria de nós é o provedor de nossas família. Não podemos sobreviver?, disse Ngozi Osakwe. ?Estamos apelando como último recurso à comunidade internacional e qualquer um que possa influenciar o governo nigeriano a nos ajudar fazendo-nos justiça.? A Nigéria, o país mais populoso da África, tem um norte predominantemente muçulmano e um sul cristão. Uma dezena de estados nortistas começaram a implantar a lei islâmica, ou Shariah, há três anos. Tensões na implantação do código islâmico são responsabilizadas por ter ateado a violência entre muçulmanos e cristãos, que já matou milhares. Líderes de igrejas reclamam que os cristão estão sendo forçados a obedecer as leis da Shariah, que proíbe o álcool e determina o uso de roupas fechadas para mulheres e meninas, em que pese a declaração oficial de que essas normas aplicam-se somente aos muçulmanos. ?Quando eles baixaram a Shariah, pensamos que não nos afetaria, porque eles disseram que não afetaria os cristãos?, disse Ngozi Oskwe. ?Mas, depois, a despeito de nossos apelos, eles disseram que devíamos cumprir a lei Shariah de vestir. Haruna Ibrahim, porta-voz do Ministério da Saúde, diz que não sabia do casa e iria investigar o problema.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.