Pró-Hillary, Europa vê disputa com incerteza

Maioria dos governos europeus espera vitória da democrata, pois teme influência de Trump em questões como Otan e acordo de livre-comércio

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Por Redação Internacional
Atualização:

Andrei NettoJamil ChadeCORRESPONDENTESPARIS E GENEBRA

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Nas principais capitais da Europa, as eleições americanas são acompanhadas de perto porque influenciam de forma direta o rumos do bloco no curto prazo. Em meio à negociação de um acordo de livre-comércio entre Washington e Bruxelas, os europeus sentem os efeitos da incerteza no outro lado do Atlântico.

O resultado das urnas terá consequências na relação com a Rússia, nas guerras na Síria e na Ucrânia e, em caso de vitória de Donald Trump, no fortalecimento da onda populista de direita, que prega o nacionalismo e o protecionismo.

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O estudo mais completo sobre a opinião dos governos europeus sobre as eleições americanas foi realizado pelo Conselho Europeu de Relações Internacionais (ECFR). O levantamento teve como base a opinião de autoridades governamentais dos 28 países-membros da UE sobre as consequências da eleição de Hillary Clinton ou Donald Trump, que encerrarão oito anos de "doutrina Obama". Para os líderes políticos do bloco, o candidato republicano é visto como uma ameaça à estabilidade internacional.

Temas como a Organização para o Tratado do Atlântico Norte (Otan), o apoio militar americano à Europa, o Acordo de Paris - sobre mudanças climáticas - e o tratado de livre-comércio (TTIP) são vistos como muito sensíveis em caso de vitória de Trump.

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A maior parte dos líderes europeus também acredita que o sistema de freios do sistema político americano imporia limites às extravagâncias que Trump propõe. Ainda assim, nove governos europeus consideram a Casa Branca sob a gestão de Trump como um fator de desestabilização internacional mais grave do que a Rússia ou a guerra na Síria.

Por essa razão, apenas um único governo informou simpatizar com a eleição do republicano - o da Hungria, nas mãos do radical de direita Viktor Orban, que nos últimos meses colocou cercas em seu território contra a entrada de refugiados.

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