EUA incluirão força iraniana na lista do terror

Guarda Revolucionária é acusada de treinar e armar militantes no Iraque e no Afeganistão

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Por AP E NYT
Atualização:

Os EUA estão se preparando para declarar a Guarda Revolucionária iraniana uma organização terrorista, disseram funcionários do governo George W. Bush citados ontem pela imprensa americana. A medida marcará o aumento da confrontação com o Irã e, segundo analistas, criará um pretexto para uma ação mais dura no futuro. A decisão pretende mostrar que os EUA estão dispostos a isolar o regime iraniano e punir empresas estrangeiras que continuem negociando com o Irã. Os EUA esperam afetar os interesses comerciais de mais de US$ 1 bilhão da Guarda Revolucionária, que incluem energia, construção e indústrias farmacêutica e bélica. A secretária de Estado, Condoleezza Rice, deve anunciar nas próximas semanas a decisão de incluir a Guarda em uma lista que conta com grupos como Al-Qaeda e Hamas. Esta será a primeira vez que os EUA incluirão uma força armada de um país soberano na lista de grupos designados como terroristas globais, categoria criada pelo governo do presidente George W. Bush, após os ataques de 11 de Setembro, para cortar os fundos de organizações extremistas. Segundo funcionários do governo americano, Washington ainda não sabe se toda a Guarda Revolucionária fará parte da lista ou apenas seu braço militar, a Força al-Quds, acusada de treinar e armar grupos xiitas no Iraque e Líbano e militantes taleban no Afeganistão. A Guarda Revolucionária, conhecida no Irã como Pasdaran, é uma das mais poderosas instituições do país. Ela inclui a Al-Quds e o Basij, um grupo paramilitar formado por voluntários. Paralelamente ao Exército, Marinha e Aeronáutica, a organização tem suas próprias forças terrestres, navais e aéreas. Na primeira reação iraniana, uma fonte da chancelaria disse que a notícia ''''é parte da propaganda contra o país e não tem nenhum valor''''. Funcionários do governo americano disseram que a medida está sendo estudada há meses pelos EUA e a Casa Branca perdeu a paciência com o Irã por causa de sua recusa em desmantelar seu programa nuclear.

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