Exército do Sri Lanka confirma morte de líder dos tigres tâmeis

Prabhakaran foi atingido por um disparo de foguete quando tentava fugir dos combates

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Por AP E NYT
Atualização:

O governo do Sri Lanka confirmou ontem a morte do líder máximo da guerrilha Tigres de Libertação do Eelam Tâmil (LTTE, na sigla em inglês), Velupillai Prabhakaran, que, por 37 anos, comandou um dos mais violentos grupos rebeldes do mundo. O corpo do líder guerrilheiro teria sido encontrado ontem por militares cingaleses e, apesar do reconhecimento visual, ainda será submetido a testes de DNA. Prabhakaran foi morto, segundo o governo, quando tentava fugir do campo de batalha num furgão blindado. O veículo era escoltado por um ônibus cheio de guerrilheiros e foi atingido por tiros de fuzil e um foguete quando se aproximou das linhas inimigas. Além de Prabhakaran, o ataque matou também Pottu Amman, considerado o chefe da inteligência do LTTE, além de outro guerrilheiro, conhecido apenas como Soosai, ex-líder do extinto braço naval do grupo. O filho de Prabhakaran, Charles Anthony, também foi morto durante a ofensiva. RENDIÇÃO A morte de Prabhakaran - que chegou a ser chamado por seus inimigos de "Bin Laden do Sri Lanka" - é vista como o golpe final contra os tigres tâmeis, grupo fundado em 1972, que, desde 1983, travava uma guerra aberta contra o governo. O LTTE defendia a criação de um Estado independente para os membros da etnia tâmil, minoritária no Sri Lanka, país de maioria cingalesa. Calcula-se que mais de 70 mil pessoas tenham morrido na ilha do sul da Ásia desde o início do conflito. No domingo, depois de uma ofensiva que deixou o LTTE encurralado num braço de praia no nordeste do Sri Lanka, o grupo finalmente depôs armas, pondo fim à guerra civil. O aparecimento do corpo e a confirmação da identidade de Prabhakaran são acontecimentos estratégicos para o governo, que temia que a incerteza sobre o destino do líder guerrilheiro pudesse alimentar rumores de que o LTTE voltasse a organizar seus membros para uma contra-ofensiva no futuro. O anúncio da morte foi recebido com festa na capital, Colombo, mas com tristeza entre parte da população tâmil que vive no Sri Lanka e no exterior. Embora fosse visto como um líder sanguinário pelos cingaleses, Prabhakaran representou para muitos tâmeis a esperança de uma vitória militar que possibilitasse a criação de um Estado independente.

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