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Fechamento do Banco Central é ‘inegociável’, diz Milei em meio à polêmica na formação de governo

Emilio Ocampo, que havia aceitado o convite para presidir o BC argentino voltou atrás com o favoritismo de nome mais moderado para o ministério da Economia

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Por Redação

BUENOS AIRTES - O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, disse que o fechamento do Banco Central é “inegociável”. A promessa de campanha foi reafirmada nesta sexta-feira, 24, em meio aos boatos de que Luis Caputo deve ser indicado como ministro da Economia do novo governo.

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O nome não foi anunciado pela coalizão Liberdade Avança, mas é dado praticamente como certo pela imprensa local. O Clarín destaca até que Luis Caputo já está “trabalhando como se fosse ministro” ao noticiar um encontro do economista com banqueiros nesta sexta para discutir a crise argentina.

A possível nomeação foi celebrada pelo mercado, mas colocou em dúvida as promessas do libertário. Luis Caputo é mais moderado que o presidente eleito e já criticou abertamente a dolarização da economia — medida que deve avançar junto ao fechamento do Banco Central, segundo os planos de Javier Milei.

“Diante dos falsos rumores que têm sido espalhados, queremos esclarecer que o fechamento do Banco Central da República Argentina (BCRA) não é uma questão negociável”, disse o gabinete do presidente eleito em comunicado no X (antigo Twitter).

Presidente eleito Javier Milei em discurso para apoiadores após vitória na eleição argentina. Foto: AP / Natacha Pisarenko

Impasse na formação do governo

Em meio à especulação sobre o ministério da Economia, Emilio Ocampo desistiu da presidência do Banco Central. O recuo teria sido motivado pelas diferenças entre em relação à dolarização da economia. A proposta de Milei como saída para a inflação (que chegou a 143% no acumulado em 12 meses) inclui o resgate da dívida do Banco Central e o seu fechamento.

Emilio Ocampo havia concordado com a missão: “uma honra que Javier Milei tenha me escolhido para fechar o Banco Central e eliminar a inflação”, disse na época do convite antes mesmo da eleição. O favorito para assumir o ministério da Economia, por outro lado, é mais resistente às medidas drásticas.

Essa posição mais moderada é dominante entre as figuras próximas ao ex-presidente Mauricio Macri, como é o caso de Luis Caputo, que ocupou os cargos de ministro da Economia e presidente do Banco Central ao longo da gestão macrista. Diante do recuo de Emilio Ocampo, a presidência do BC argentino deve ficar a cargo de Demian Reidel, que também integrou o governo Macri.

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Governabilidade de Javier Milei

Com a promessa de ruptura, Javier Milei conquistou uma vitória expressiva sobre o candidato do peronismo Sergio Massa. A sua coalizão Liberdade Avança saltou de 3 para 38 deputados e elegeu 8 senadores mas, apesar do bom resultado, o libertário está longe de ter maioria parlamentar. E resta saber se ele vai conseguir reunir os apoios necessários para avançar com as propostas radicais.

Com a coalizão Juntos pela Mudança, a base de Javier Mileir chegaria a 120 deputados. Mas os partidos do bloco entraram em choque com o apoio do ex-presidente Mauricio Macri e da candidata derrotada Patricia Bullrich ao libertário no segundo turno. E relatos da imprensa dão conta que essas divisões internas se acentuam agora que Bullrich foi confirmada ministra da Segurança do novo governo, que toma posse em 10 de dezembro./COM INFORMAÇÕES DE EFE

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