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Governo confirma morte de brasileiro em ataque terrorista do Hamas em Israel

Ranani Glazer estava em rave atacada no fim de semana; vítima nasceu no Rio Grande do Sul e morava no país havia 7 anos

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Por Redação
Atualização:

O governo federal confirmou a morte de Ranani Glazer, um dos brasileiros que estavam na rave atacada pelo grupo terrorista Hamas em Israel neste fim de semana. Dois brasileiros seguem desaparecidos.

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Glazer estava com outros dois brasileiros – a namorada, Rafaela Treistman, e o amigo, Rafael Zimerman – em uma festa a 5 km da Faixa de Gaza no sábado, 7, quando ela foi invadida por terroristas do Hamas. Homens armados cercaram o local, lançaram granadas e dispararam contra eles.

Segundo relato de Zimerman, os três fugiram e se esconderam em um abrigo ao ouvir os primeiros disparos. Ao deixarem o lugar em que se esconderam, porém, ele e Rafaela já não sabiam o paradeiro de Glazer.

Glazer era brasileiro-israelense, tinha 24 anos de idade e natural do Rio Grande do Sul. Ele morava em Israel há sete anos e prestou serviço militar no país.

“O governo brasileiro tomou conhecimento, com profundo pesar, do falecimento do cidadão brasileiro Ranani Nidejelski Glazer, natural do Rio Grande do Sul, vítima dos atentados ocorridos no último dia 7 de outubro em Israel”, diz nota do Itamaraty. “Ao solidarizar-se com a família, amigas e amigos de Ranani, o governo brasileiro reitera seu absoluto repúdio a todos os atos de violência, sobretudo contra civis”.

Ranani Glazer: brasileiro estava na rave atacada pelo Hamas Foto: Ranani Glazer/Instagram

Nos últimos dias, Glazer fez uma série de publicações em suas redes sociais de eventos em Tel Aviv, capital de Israel. Em seu perfil no Instagram, havia postagens recentes nos stories em que ele compartilhou vídeos da rave da qual participava, marcando Gaza na localização.

Vídeo antes de morrer

Ranani Glazer chegou a gravar um vídeo diretamente de um bunker, onde se abrigou logo após o ataque começar: “Foi cena de filme”, disse, afirmando que precisou correr quilômetros para achar um lugar seguro para se esconder.

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“No meio da rave a gente parou num bunker, começou uma guerra em Israel, pelo menos a gente está num bunker agora, seguro”, disse.

O gaúcho namorava uma outra brasileira, Rafaela Treistman, que também estava no evento no momento dos ataques e sobreviveu.

Em um vídeo publicado nas redes sociais, Treistman conta que ela, o namorado e o amigo do casal, Rafael Zimerman, se esconderam dos terroristas usando corpos das vítimas.

No momento em que as autoridades israelenses chegaram ao bunker, no entanto, Glazer havia desaparecido. Zimerman foi resgatado junto com ela, foi hospitalizado e teve alta no último domingo.

Há pelo menos duas brasileiras desaparecidas que estavam na rave, de acordo com informações do Itamaraty: Bruna Valeanu, de 24 anos, e Karla Stelzer Mendes, de 41 anos.

Mais de 260 pessoas morreram na rave. Participantes da festa dizem que um alerta de foguetes tocou logo ao amanhecer e foram seguidos de barulhos de tiros.

Os participantes do evento tentaram fugir do local correndo ou em carros, mas encontraram com jipes de terroristas armados.

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O local do festival, que contava com três palcos, área de acampamento e refeições, fica no deserto de Negev, perto do Kibutz Re-im, a poucos quilômetros da Faixa de Gaza, de onde combatentes do Hamas cruzaram no amanhecer de sábado.

A ofensiva do grupo terrorista é o pior sofrido por Israel em 50 anos. Por ar, terra e mar, com foguetes e combatentes armados, a facção adentrou o território israelense e realizou sequestros e massacres, como os registrados na rave onde estavam os brasileiros.

O conflito já tinha matado até a segunda cerca de 1.500 pessoas – ao menos 800 do lado de Israel e 687 palestinos.

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