AMÃ – O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) exigiu neste domingo, 4, que os envolvidos em conflito no Iêmen detenham as hostilidades em um país, já que a violência tem levou 1,8 milhões de crianças menores de cinco anos à desnutrição severa, segundo dados da entidade.
"O Iêmen é atualmente um inferno na terra, não apenas para 50% ou 60% das crianças, mas para cada menino e menina que vive no Iêmen", assegurou Geert Cappelaere, diretor da entidade no Oriente Médio e na África do Norte, em coletiva concedida em Amã, na Jordânia.
"Pedimos a todas as partes que se reúnam durante este mês com a mediação do emissário especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para que cheguem a um acordo de cessar-fogo no Iêmen”, declarou Cappelaere. "As cifras, embora não digam muito, são importantes porque nos fazem perceber o quanto a situação se tornou desastrosa."
A guerra no Iêmen confronta as forças pró-governo e uma coalizão liderada pela Arábia Saudita contra os rebeldes huthis, apoiados pelo Irã. Além da fome, a população também sofre de doenças como a cólera.
“A cada 10 minutos, uma criança morre de doenças que poderiam ser evitadas”, indicou Cappelaere, para quem a guerra agrava uma situação que já era negativa após anos de subdesenvolvimento no país mais pobre da região”.
O doloroso custo humano da guerra no Iêmen liderada pelos sauditas tem ocupado o topo da agenda global. Na última quinta-feira, 1º, a menina Amal Hussain, de apenas sete anos e cuja imagem deitada em uma cama de hospital se tornou o símbolo da fome no país, morreu em um campo de refugiados. / AFP