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Estudantes da França protestam contra a guerra em Gaza em universidade após movimento nos EUA

Manifestantes ocuparam edifício central do campus e bloquearam sua entrada; universidade anunciou aulas online e disse que ‘condena veementemente’ as ações

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Por Redação

Estudantes em Paris, na França, inspirados pelas manifestações pró-palestinos que ganharam força em universidades dos Estados Unidos na última semana, bloquearam o acesso ao prestigiado centro educacional francês Sciences Po Paris nesta sexta-feira, 26, para pedir uma condenação clara das ações de Israel em Gaza.

Vários manifestantes ocuparam um edifício central do campus e dezenas de outros bloquearam a sua entrada. Reunidos nas janelas do prédio, os estudantes gritavam frases pedindo o fim da guerra e penduraram cartazes com os dizeres “Somos todos palestinos”, desafiando a administração da instituição que, dois dias antes, chamou a polícia por um protesto semelhante na institução.

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O grupo pede uma condenação explícita das ações de Israel em Gaza e o fim da colaboração a todas as “instituições” consideradas cúmplices da “opressão sistêmica ao povo palestino”, segundo o Comitê Palestina do Sciences Po Paris. O comitê também pede o fim “à repressão das vozes pró-palestinas no campus”, após o centro de elite ser acusado de permitir que o antissemitismo floresça.

No meio da tarde, a tensão aumentou quando 50 manifestantes pró-Israel, alguns deles com a cabeça coberta e outros usando capacetes de moto, chegaram para enfrentar os manifestantes pró-palestino, aos gritos de “Libertar Gaza do Hamas”, obrigando a polícia a intervir. A polícia de choque separou os grupos adversários que, juntos, somavam cerca de 200 pessoas.

Estudantes da universidade Sciences-Po em Paris realizaram protestos pró-Palestina na sexta-feira, dois dias depois que a polícia francesa interrompeu outra manifestação, inspirada nos acampamentos dos Estados Unidos. Foto: Foto AP/Michel Euler

A direção decidiu fechar vários locais de seu campus parisiense e “condenou com firmeza essas ações estudantis”, que começaram na noite de quinta-feira, 25. “Sim ao debate, não ao bloqueio”, disse a ministra da Educação Superior, Sylvie Retailleau, à rede BFMTV.

A nova ação ocorre quando os protestos em defesa dos palestinos se multiplicam em universidades dos Estados Unidos, embora na França ainda não ocorram de forma ampla. Estudantes que protestam contra a guerra Israel-Hamas têm se concentrado na Universidade de Columbia, mas manifestações foram registradas em universidades de todos os Estados Unidos.

Membros de grupos pró-israelenses entaram em confronto com manifestantes em apoio ao povo palestino. Foto: EFE/EPA/TERESA SUAREZ

Na noite de quarta-feira, 24, mais de 100 manifestantes pró-Palestina ocuparam um anfiteatro da Sciences Po. A maioria concordou em sair após discussões com a administração, mas um pequeno grupo de estudantes permaneceu. Eles foram removidos pela polícia naquela noite, segundo relatos da mídia francesa.

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A universidade fechou todos os prédios e transferiu as aulas online na sexta-feira. A instituição disse em comunicado que “condena veementemente estas ações estudantis que impedem o bom funcionamento da instituição e penalizam alunos, professores e funcionários da Sciences Po”./AFP e Associated Press.

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