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O fantasma do antissemitismo volta a assombrar a Europa

Países onde o antissemitismo é visto como problema 'muito importante' não são necessariamente aqueles onde há mais ataques ou manifestações antissemitas, segundo pesquisa

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Por Helio Gurovitz
Atualização:

Coletes amarelos agridem e xingam o filósofo francês Alain Fienkelkraut de “sionista de m…”. Vândalos profanam com suásticas o cemitério judaico de Quatzenheim, na Alsácia. Alunos vetam a criação de uma associação judaica na Universidade de Essex, no Reino Unido. Deputados saem do Partido Trabalhista britânico acusando Jeremy Corbyn de fazer vista grossa ao antissemitismo endêmico. Na luta contra o fantasma ancestral que volta a assombrar a Europa, chama atenção a distância entre percepção e realidade. 

Os países onde o antissemitismo é visto como problema “muito importante” não são necessariamente aqueles onde há mais ataques ou manifestações antissemitas, revelam duas pesquisas recentes da União Europeia. A Agência para Direitos Fundamentais publicou em dezembro sua segunda avaliação “Experiências e percepções de antissemitismo”, realizada em 12 países do bloco. Em janeiro, a Comissão Europeia lançou uma edição especial da pesquisa Eurobarômetro, dedicada às “Percepções do antissemitismo”. Os resultados são comparados na tabela:

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ORIENTE MÉDIO Nova aliança embola eleição em Israel

Será disputada a eleição israelense marcada para 9 de abril. A aliança entre os centristas Benny Gantz e Yair Lapid, alcunhada “Azul e Branco”, criou uma força política capaz de enfrentar a hegemonia do Likud, do premiê Bibi Netanyahu. De acordo com as últimas pesquisas, o novo partido obteria entre 35 e 36 das 120 cadeiras no Knesset, ante 26 a 30 do Likud. A coalizão que sustenta Bibi ainda obteria pouco mais da metade do Parlamento, mas três de seus partidos estão ameaçados de não conseguir nenhuma cadeira.

Os centristas Benny Gantz (E) e Yair Lapid Foto: AP Photo/Ariel Schalit

POPULISMO Democracia favorece vitória de moderados?

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A ascensão de populistas, à direita e à esquerda, pôs em xeque um resultado clássico da ciência política, segundo o qual eleições democráticas favorecem candidatos moderados. “Historicamente, eles levaram vantagem sobre os candidatos nos extremos ideológicos nas eleições para o Congresso americano, mas a distância sumiu nos últimos anos”, afirma estudo recente do cientista político Stephen Utych, da Universidade Estadual de Boise, em Idaho. Tanto entre democratas quanto entre republicanos, extremistas e moderados têm hoje chance equivalente de vitória.

EUA Fraude republicana anula eleição na Carolina do Norte

É oficial: haverá novas eleições para o 9.º Distrito da Carolina do Norte, alvo de fraudes que deram vitória ao republicano Mark Harris por uma margem inferior a mil votos. Se vencerem, os democratas podem ampliar sua maioria na Câmara dos Deputados para 236 das 435 cadeiras.

REINO UNIDO Fila quilométrica no Eurostar depois do Brexit

Não só as filas de caminhões parados na alfândega de Dover assustam os britânicos no caso de um Brexit sem acordo com a UE. Uma análise do Departamento de Transportes, revelada pelo Financial Times, estima em até 15 mil pessoas, ou quase 2 quilômetros, as filas de embarque no Eurostar, a linha férrea de alta velocidade que une Londres ao continente, sob o Canal da Mancha. Mesmo que inspecionar cada passaporte leve apenas 21 segundos, a fila diária chegaria a 2 mil passageiros. Para evitar o caos, seria necessário cancelar entre 40% a 60% dos trens.

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ECONOMIA História da dívida pública dá razão a ortodoxos

A dívida pública ao longo da história é o tema de um novo estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI). O trabalho faz uma revisão de 2 mil anos de endividamento, dos estertores do Império Romano às crises da dívida que assolaram o mundo nos séculos 19 e 20. Dívidas do passado serviam para financiar guerras. No final do século 20, elas passaram a responder a demandas populares por previdência, saúde e programas sociais. A conclusão dá razão aos ortodoxos, que condenam calotes, déficit público e zelam pela saúde fiscal: “A manutenção de pagamentos, mesmo quando difícil, garante o baixo custo de empréstimo em tempos normais e ajuda na mobilização de recursos nas crises econômicas e militares”.

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