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Israel mata pacifista norte-americana na Faixa de Gaza

Por Agencia Estado
Atualização:

Um buldôzer do Exército de Israel atropelou neste domingo uma mulher norte-americana que tentava impedir a demolição de um prédio durante operação militar israelense na Faixa de Gaza. Pelo menos um palestino também morreu na ação. O assassinato - o primeiro de um pacifista estrangeiro em 29 meses de confrontos entre israelenses e palestinos - ocorre num momento em que as partes em conflito discutem os termos de um plano de paz apoiado pelos Estados Unidos para acabar com a violência e estabelecer um Estado palestino soberano e independente. Rachel Corrie, de 23 anos, uma estudante universitária de Olympia, Washington, tentava impedir a demolição de um prédio no campo de refugiados de Rafah, na Faixa de Gaza. Ela morreu no hospital, disse o doutor Ali Moussa. "É um acidente lamentável", disse o capitão Jacob Dallal, um porta-voz do Exército. "Estamos lidando com um grupo de manifestantes que age de forma muito irresponsável, colocando todos em risco", acusou o militar israelense. Greg Schnabel, de 28 anos, disse que quatro norte-americanos e quatro britânicos estavam tentando conter os soldados israelenses e evitar que demolissem o edifício pertencente ao doutor Samir Masri. O motivo da demolição é incerto. Nos últimos meses, Israel vem demolindo com freqüência as propriedades de palestinos suspeitos de militância. "Rachel estava sozinha na frente da casa e estávamos tentando contê-los", explicou Schnabel. "Ela acenou para que o buldôzer parasse. Ela caiu no chão, e o veículo continuou sua marcha. O buldôzer passou por cima dela uma vez e depois voltou e passou sobre ela de novo", relatou. Muitos palestinos estavam reunidos nas proximidades. Os soldados abriram fogo e mataram palestinos, disseram testemunhas. O Exército preferiu não comentar o incidente e não se sabe ao certo o número de vítimas. Corrie foi a primeira pessoa pertencente ao Movimento de Solidariedade Internacional a morrer no conflito, que já custou a vida de mais de 2.200 palestinos. Sua morte deveria ser uma mensagem ao presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, que fornece tanques e buldôzeres a Israel, "mas que agora estão matando seu próprio povo", comentou Mansour Abed Allah, de 29 anos, um defensor dos direitos humanos em Rafah que presenciou a morte de Corrie. O governo norte-americano não se pronunciou sobre o incidente. Grandes Acontecimentos InternacionaisESPECIAL ORIENTE MÉDIO

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