Israel suspende por 48 horas operações aéreas no sul do Líbano

O chefe de operações da Força Aérea israelense assegurou que as primeiras investigações revelam que o edifício foi bombardeado horas antes de ter desabado

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Por Agencia Estado
Atualização:

Israel suspendeu, por 48 horas, suas operações aéreas no sul do Líbano para que seja investigado o massacre de 57 civis em um bombardeio da Força Aérea do Estado judeu em Qana (sul libanês), disseram fontes diplomáticas americanas em entrevista ao diário israelense Ha´aretz. Israel também deve coordenar com a ONU o estabelecimento de um corredor de segurança com vigência de 24 horas para que os moradores do sul do Líbano possam deixar a região caso desejarem. A morte de 57 civis, entre eles 37 crianças, suscitou neste domingo reações em todo o mundo, provocando de uma reunião emergencial do Conselho de Segurança da ONU até o pedido do governo dos Estados Unidos para que Israel "tenha mais cuidado" em suas ofensivas. A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, ficou em Israel para se reunir com o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, após a notícia da tragédia, que ameaçou a possibilidade de uma saída diplomática à crise atual, que começou no último dia 12. Olmert disse a Rice que seu exército necessita de dez a 14 dias para acabar com sua ofensiva no Líbano, informou a rádio pública israelense. Esperava-se que Rice tivesse viajado neste domingo a Beirute para buscar um consenso na região, e que na quarta-feira devesse apresentar um projeto de resolução na ONU sobre uma possível trégua. Mas o primeiro-ministro libanês, Fouad Siniora, reconheceu à imprensa que pediu à secretária de Estado que não viajasse ao Líbano. Washington pediu a Israel que "tenha mais cuidado", mas não um cessar-fogo imediato após o massacre, classificado como "incidente trágico e terrível" em comunicado do porta-voz da Casa Branca, Blair Jones. O chefe de operações da Força Aérea israelense, o general-de-brigada Amir Eshel, assegurou, em entrevista coletiva, que as primeiras investigações revelam que o edifício foi bombardeado horas antes de ter desabado. Segundo Eshel, "ao exército ainda não está clara a diferença de horário entre o bombardeio e o desabamento" do prédio.

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