O presidente eleito da Argentina, Mauricio Macri, prometeu nesta segunda-feira fazer um governo inclusivo, acatando pautas que agradam a todos os lados do espectro político. O líder conservador prometeu dar prioridade ao tema da violência urbana, uma das principais pautas da campanha eleitoral. Ao mesmo tempo, ele disse que manterá a política do kirchnerismo de julgar ex-colaboradores da ditadura argentina (1978-1983) por crimes contra a humanidade.
“A ideia é governar para todos. Passamos muitos anos divididos, concentrados nas diferenças”, disse Macri em entrevista coletiva. O futuro novo ocupante da Casa Rosada disse também que manterá duas das políticas de direitos humanos da era Kirchner: o julgamento de generais e ex-colaboradores da ditadura e as leis que ampliam os direitos de homossexuais e das mulheres.
“Me comprometo com ambas as coisas”, disse Macri. “A Justiça terá total independência para manter o que vem sendo feito nesses julgamentos.”
Os julgamentos dos crimes da ditadura que deixou 30 mil desaparecidos no país começaram depois que o ex-presidente Néstor Kirchner patrocinou em 2003 o projeto de lei que colocava fim à anistia dada aos militares. Desde então, 500 pessoas foram condenadas por crimes cometidos no período.
O jornal La Nación, um dos principais da Argentina, publicou nesta segunda-feira um editorial pedindo uma revisão dessa política. O texto foi criticado por jornalistas do próprio veículo, que publicaram uma foto de protesto nas redes sociais.
Violência. Macri prometeu também profissionalizar as forças policiais em todo o país. “Queremos começar a trabalhar desde o primeiro dia para tomar controle sobre o território”, respondeu o chefe de Estado eleito, que assegurou que o combate à falta de segurança e ao avanço do narcotráfico será o uma prioridade absoluta de seu governo.
“Foi incompreensível e imperdoável a inação do governo durante mais de uma década”, acrescentou. / EFE