BEIRUTE - Um cessar-fogo entrou em vigor neste domingo, 27, em um enclave do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) que se estende pela fronteira entre Síria e Líbano, onde militantes têm lutado contra o Exército libanês em uma frente e contra o Hezbollah e tropas sírias em outra.
O Exército libanês anunciou que um cessar-fogo em sua própria ofensiva entrou em vigor às 7h (1h em Brasília), mas não mencionou o lado sírio da fronteira. O Hezbollah e o Exército sírio declararam a suspensão de sua ofensiva contra o EI na região de Qalamoun, a oeste da Síria, disse a emissora Al-Manar, do Hezbollah.

A batalha mais recente começou há uma semana, quando o Exército libanês e o Hezbollah, junto a forças governamentais da Síria, lançaram ataques separados, mas simultâneos. Ambas as ofensivas avançaram em direção à fronteira a partir de lados distintos. O Líbano e o Hezbollah xiita afirmaram que obtiveram algumas vitórias contra os militantes, enviando-os de volta para uma zona menor nas montanhas áridas da fronteira.
O enclave do EI nas montanhas marca a última base militante ao longo da região entre Síria e Líbano. O nordeste libanês viu um dos piores efeitos da guerra síria em 2014, quando o EI e outros militantes invadiram brevemente a cidade fronteiriça de Arsal. O destino dos soldados libaneses que os jihadistas capturaram na época permanece desconhecido.
No entanto, o chefe da agência de segurança interna do Líbano disse que oito dos capturados certamente estariam mortos. O general Abbas Ibrahim afirmou que o Exército havia recuperado os restos de seis soldados até agora e estava cavando em busca de outros dois.
Para lembrar
O Hezbollah iniciou em julho uma ofensiva para tentar expulsar os extremistas anteriormente vinculados à Al-Qaeda e rebeldes sírios de Jurud Aarsal, no leste do Líbano. Após seis dias de combates, chegou-se a um cessar-fogo e cerca de 8 mil pessoas foram levadas para Síria. A região se transformou em refúgio para militantes sírios contrários ao regime e pessoas que fugiam dos combates. Hezbollah lançou então uma ofensiva para desalojar o EI do lado sírio da fronteira. / REUTERS e AFP