BRUZGI, Belarus - Um menino curdo de nove anos que teve as duas pernas amputadas está entre os milhares de migrantes presos em condições desumanas na fronteira entre Belarus e Polônia.
Usando um anoraque leve, apesar do frio intenso na região, Taman está acampando com seus pais, seu irmão de 11 anos e uma irmã de sete meses perto da cerca da fronteira, onde as forças de segurança polonesas tentam impedir a passagem de migrantes que rumam para a União Europeia.
“Estamos aqui há oito dias. Está muito frio. Viemos do Iraque por meu filho, Taman. Quero levar minha família para um país onde nossos direitos serão protegidos”, disse seu pai, Sangar, à agência Reuters. “Como família, estamos em uma posição muito difícil. Viemos aqui, até agora, com ele, assim... Estamos chamando todos que podem nos ajudar. Eu quero que meu filho Taman viva em um lugar bonito."
Em declarações à Reuters no Iraque, o tio de Sangar, Jwamar, disse que o menino nasceu com uma doença óssea. A família recebeu uma proposta de ajuda de um hospital na Alemanha, mas não conseguiu vistos, então viajou do Iraque a Minsk via Dubai na esperança de entrar na UE por via terrestre.
Na terça-feira, as forças de segurança polonesas usaram canhões de água e gás lacrimogêneo contra migrantes que teriam atirado pedras na fronteira, em meio a um aumento na tensão na região.
A Polônia e outros países europeus acusam Belarus de encorajar os migrantes a tentarem entrar ilegalmente na UE através do seu território como uma forma de vingança pelas sanções que o bloco impôs a Minsk por violação de direitos humanos.
Belarus culpa o Ocidente pelo desastre humanitário na fronteira com a Polônia.
Estima-se que 4 mil migrantes estejam na região. Muitos dizem que as autoridades bielorrussas não estão permitindo que eles retornem a Minsk. /REUTERS