"O que esses meninos estão passando foi o mesmo que vivemos, com a diferença de que as famílias deles não sabiam o que havia acontecido. Há muitas semelhanças. Eles estão em uma caverna, sem comida, sem condições. Por dias, não havia nenhuma comunicação. Ninguém sabia que eles estavam lá.
Essa história me faz lembrar quando nós estávamos lá e quando fomos levados à superfície, no dia 17 de outubro de 2010. Nesse caso, são meninos, jovens e a situação vai exigir que eles tenham muita paciência. A primeira etapa se cumpriu, que foi encontrá-los e saber onde estavam. Agora vem a segunda etapa que também é muito difícil. Fala-se que pode levar quatro meses mais ou menos para que eles sejam tirados de lá.
É preciso fazer um trabalho de contenção por parte dos médicos, psicólogos, pessoas que vão estar com eles. Os meninos precisam saber o que está acontecendo e não estão sozinhos, pois podem ficar com muito medo ou nervosos. É preciso ter muita força, transmitir muito carinho para que eles percebam esse apoio. Tudo isso é parte do trabalho das pessoas que vão resgatá-los.
Praticamente não sabíamos se seríamos resgatados, assim como esses jovens devem ter pensado. A única diferença é que esses meninos estão cercados por água. O mais importante para eles e suas famílias é ter força, fé e esperança no trabalho dos socorristas. É importante que o governo solicite toda a ajuda a países que tenham a melhor tecnologia nessa situação.
Eles precisam entender que suas famílias sabem que estão vivos. Foi o mesmo que pensamos. Como no início não havia comunicação, não sabíamos se nossas famílias achavam que tínhamos morrido. Quando conseguimos nos comunicar com eles, foi isso que nos fez aguentar. "