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Nova Zelândia planeja reabrir fronteira para estrangeiros em abril

Neozelandeses vacinados que estejam na Austrália poderão entrar no país antes, a partir de 16 de janeiro

Por Natasha Frost
Atualização:

A Nova Zelândia planeja permitir que a maioria dos viajantes vacinados entrem no país até o final de abril, sem uma quarentena obrigatória no hotel, à medida que lentamente emerge do que tem sido um dos mais longos bloqueios do mundo.

Mas aqueles que entrarem no país no próximo ano enfrentarão restrições significativas, com um período de isolamento domiciliar obrigatório de sete dias, além de exames na saída e na chegada. A fronteira será aberta em etapas para diferentes países, com neozelandeses totalmente vacinados e portadores de visto capazes de viajar da Austrália a partir de 16 de janeiro e de outros lugares do mundo a partir de 13 de fevereiro. Estrangeiros seguirão em 30 de abril.

Para conter a transmissão do coronavírus, a Nova Zelândia, governada por Jacinda Ardern, teve um dos mais longos bloqueios a viagens internacionais do mundo. Foto: Tomohiro Ohsumi/Getty Images

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Especialistas questionaram durante semanas a necessidade de exigir que os recém-chegados façam quarentena sendo que o vírus já circula no país, argumentando que as chegadas internacionais parecem não representar nenhum risco adicional. Nenhum viajante totalmente vacinado da Austrália, por exemplo, testou positivo no sistema de quarentena de hotel da Nova Zelândia desde 23 de agosto.

Cerca de 84% das pessoas na Nova Zelândia com 12 anos ou mais estão totalmente vacinadas contra o coronavírus. Representantes da indústria de turismo do país, que tem lutado para lidar com a longa ausência de visitantes estrangeiros, condenam a exigência de isolamento de sete dias.

A Nova Zelândia está no limite desde agosto, quando um surto da variante Delta eclodiu em Auckland e pôs fim à abordagem “covid zero” do país.

“É muito encorajador que nós, como país, estejamos agora em uma posição de caminhar em direção a uma maior normalidade”, disse Chris Hipkins, o ministro responsável pela resposta à pandemia da Nova Zelândia, em uma entrevista coletiva na quarta-feira. “Quero enfatizar, porém, que as viagens em 2022 não serão necessariamente as mesmas que eram antes de 2020”.

Por mais de um ano, a Nova Zelândia operou um sistema de loteria para cidadãos e residentes permanentes que desejassem retornar, criando uma grande carteira de pedidos. O sistema tem enfrentado desafios legais de pessoas desesperadas para voltar para casa do exterior e se reunir com suas famílias.

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A Nova Zelândia está esperando até abril para abrir totalmente para permitir tempo para as companhias aéreas se planejarem, bem como para permitir uma transição para o novo sistema de gestão de pandemia do país, apelidado de "semáforo", que começa em 2 de dezembro. Esse sistema encerrará os bloqueios e deve impor restrições significativas aos não vacinados, anunciou a primeira-ministra Jacinda Ardern em entrevista coletiva na segunda-feira.

Em 15 de dezembro, Auckland - onde o surto do país está concentrado - abrirá sua fronteira para o resto do país.

Antes da pandemia, o turismo era uma grande parte da economia da Nova Zelândia, empregando quase 230.000 pessoas e contribuindo com 41,9 bilhões de dólares neozelandeses ($ 30,2 bilhões) por ano. Cerca de 3,8 milhões de turistas estrangeiros visitaram entre 2018 e 2019, sendo a maioria proveniente da Austrália. Embora o turismo doméstico tenha aumentado enquanto as fronteiras ficaram fechadas, o setor tem lutado para compensar suas perdas, já que os turistas internacionais gastam cerca de três vezes mais por pessoa do que seus pares domésticos.

Defendendo a cautela da Nova Zelândia, Hipkins apontou para a nova onda de vírus que está se espalhando pela Europa. “À medida que avançamos para 2022, sabemos que a pandemia ainda não acabou”, disse. “Não vai acabar de repente, e só precisamos olhar para a Europa para saber que o caminho para sair da pandemia não é simples.”

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