PUBLICIDADE

Oposição afirma que instaurou 'governo popular' no Quirguistão

Opositores afirmam que premiê teria renunciado, mas presidente ainda não.

Por BBC Brasil
Atualização:

A oposição na república centro-asiática do Quirguistão afirmou nesta quarta-feira que está instalando um governo "popular" após confrontos com Forças de Segurança que deixaram dezenas de mortos. "O poder se encontra agora nas mãos do governo do povo. Pessoas responsáveis foram nomeadas e já trabalham para normalizar a situação", disse a ex-ministra das Relações Exteriores, Rosa Otunbayeva, designada pela oposição para ocupar o cargo de premiê. A oposição diz que o atual primeiro-ministro, Danivar usenov, renunciou mas o presidente, Kurmanbek Bakiyev, ainda não. Os EUA dizem considerar que Bakiyev ainda governa o país e pediu 'respeito pela lei'. O premiê russo, Vladimir Putin negou que a Rússia esteja por trás dos protestos e disse que estes se tratam de "um assunto interno" do Quirguistão. O presidente russo, Dmitry Medvedev disse que os protestos mostram a insatisfação do povo com o governo. Os confrontos Dezenas de pessoas foram mortas durante uma escalada de protestos contra o governo na quarta-feira, com enfrentamentos entre manifestantes e a polícia na capital do país, Bishkek. Segundo testemunhas, a polícia de choque chegou a disparar tiros com armas de fogo para dispersar os manifestantes, após disparar, sem sucesso, bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Os protestos populares, que começaram no mês passado, ganharam força na terça-feira na cidade de Talas, espalhando-se depois para Bishkek e outras cidades. Os manifestantes pedem a renúncia de Bakiyev, que chegou ao poder em 2005 durante uma revolta popular. Líderes da oposição acusam o governo de corrupção e criticam a condução da política econômica em meio à crise. Invasão Na capital, as forças policiais impediram os manifestantes de tomar o palácio presidencial, mas não conseguiram evitar que as emissoras estatais de rádio e televisão saíssem do ar brevemente após terem suas sedes invadidas. O Ministério da Saúde e um líder da oposição confirmaram que pelo menos 17 pessoas morreram. O ministério disse ainda que 180 pessoas ficaram feridas, mas não informou quantos desses eram manifestantes ou policiais. Segundo a correspondente da BBC em Bishkek, Rayhan Demytrie, os protestos não têm uma liderança clara, após a prisão de vários líderes opositores na madrugada desta quarta-feira. O Quirguistão, uma ex-república soviética de maioria islâmica, abriga uma base militar usada pela Força Aérea dos Estados Unidos no trânsito para o vizinho Afeganistão. O país também é visto como área de influência estratégica pela Rússia. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.