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Os maiores atritos da história da União Europeia

Processo do Brexit é apenas mais um capítulo na longa história de crises envolvendo o bloco

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Por Redação
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O processo do Brexit, que se concretizou nesta sexta-feira, 31, após três anos e meio de adiamento, é mais um capítulo na longa história de crises envolvendo a União Europeia. Confira alguns dos principais atritos da história:

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"Cadeira vazia" francesa

A partir de 1º de Julho de 1965, a França causa a crise da "cadeira vazia", recusando-se a participar das instâncias comunitárias durante sete meses depois do conflito quanto ao financiamento da Política Agrícola Comum (PAC).

A França também gerou outra crise, quando o general De Gaulle vetou a adesão do Reino Unido ao bloco em 1963 e depois em 1967, atrasando a sua integração somente para 1973.

"I want my money back"

A ex-primeira ministra britânicaMargaret Thatcher Foto:

Em 1979, a primeira-ministra britânica Margaret Thatcher insiste em diminuir a contribuição do seu país ao orçamento europeu, usando a famosa expressão "I want my money back" ("Quero meu dinheiro de volta"). Feito que ela conseguiu em 1984. 

Dinamarca recusa Maastricht

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No dia 2 de junho de 1992, os dinamarqueses recusam em referendo o Tratado de Maastricht. Após obter algumas revogações - entre outras, sobre o euro e a defesa europeia - aprovam o texto em uma nova consulta no dia 18 de maio de 1993. Os franceses aderem ao tratado por pouco tempo.

Demissão em 1999

Em 16 de março de 1999, a Comissão Europeia demite coletivamente após um anúncio devastador denunciando sua grave responsabilidade em casos de fraude. 

Sanções à Áustria 

Em fevereiro de 2000, a UE impõe sanções a Viena após a entrada de um partido de extrema-direita no governo, um caso inédito para o bloco. As relações bilaterais dos outros 14 membros com a Áustria ficaram congeladas por vários meses.

Em 16 de dezembro de 2017, a extrema-direita entra em um novo governo sem gerar novas sanções de Bruxelas.

Fracasso da Constituição europeia

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Vista geral da Câmara pouco antes de sessão no Parlamento Europeu, em Bruxelas Foto: EFE/Stephanie Lecocq

Em 29 de maio de 2005, após nove homologações consecutivas, a França vota contra o referendo do projeto de Constituição Europeia. No dia 1º de junho, os holandeses fazem o mesmo. O texto é deixado de lado, embora tenha sido aplicado parcialmente por meio do Tratado de Lisboa, que entrou em vigor no final de 2009.

Dívida grega

A Grécia encerrou oficialmente sua dependência de mais de 320 bilhões de eurosem um plano de resgate. Foto: REUTERS

Em 2009, o déficit público da Grécia é revisado para cima. O país está ameaçado por um default (descumprimento das obrigações legais ou condições de um empréstimo), e a Europa teme um "Grexit". A partir de 2010, a Grécia começa a integrar vários planos de resgate internacionais condicionados a um rigoroso controle de gastos, resultando em uma grande depressão econômica.

A crise da dívida afeta também a Irlanda, Espanha, Portugal e Chipre.

Crise migratória

Mais de 100 mil refugiados e imigrantes entraram na Europa nos seis primeiros meses de 2017 Foto: AFP PHOTO / Taha JAWASHI

Em 2015, a chegada de mais de um milhão de pessoas pelo mar nas costas gregas e italianas desestabiliza a UE, que se divide entre fechar as fronteiras e se solidarizar com os refugiados. Desde 2014, mais de 19 mil pessoas morreram ao tentar chegar à Europa.

O Brexit

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O primeiro-ministro do Reino Unido e líder do Partido Conservador, Boris Johnson, em campanha na véspera das eleições de dezembro de 2019 Foto: Ben Stansall/Pool via AP

No dia 23 de junho de 2016, após referendo, o Reino Unido se torna o primeiro país a decidir sair do bloco econômico. Começam complicadas negociações que culminariam no divórcio, oficializado no dia 29 de março de 2019.

Em uma primeira fase do processo, acordado entre Bruxelas e a na época primeira-ministra Theresa May, é recusado três vezes pelo Parlamento do país, causando vários atrasos para a decisão final sobre o Brexit. 

O sucessor de May, Boris Johnson, chega a um novo acordo com Bruxelas em outubro, embora não tenha conseguido aprová-lo perante o Parlamento britânico. Bruxelas concede um novo prazo para o Brexit, agendado para 31 de janeiro de 2020.

No dia 9 de janeiro de 2020, o texto é finalmente aceito pela Câmara dos Comuns após as legislativas que tinham sido antecipadas em dezembro, nas quais se impôs com folga o Partido Conservador de Boris Johnson./AFP

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