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Presidente iemenita pede a seus seguidores que resistam e evitem o caos

Em outra área da capital, milhares de manifestantes se preparam para mais um dia de protestos

Atualização:

SANAA - O presidente iemenita, Ali Abdullah Saleh, pediu nesta sexta-feira, 25, a milhares de seguidores para "resistir a todos os desafios" e "garantir a segurança" do Iêmen para evitar "o caos e o derramamento de sangue".

 

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Saleh fez o apelo em um comício que liderou em uma praça desta capital, que desde janeiro passado está sendo palco de manifestações que pedem o final de seu regime e profundas reformas políticas.

 

A polícia chegou a fazer disparos para o alto, numa tentativa de impedir que os partidários de Saleh entrassem em confronto com manifestantes oposicionistas em uma área próxima, onde milhares de pessoas se preparam para mais protestos.

 

 

O governante está no poder desde a unificação do norte e do sul, em 1990.

 

O presidente iemenita se apresentou perante seus seguidores enquanto em outra praça de Sana grupos da oposição mantinham os protestos políticos que explodiram ao calor das revoltas populares de Tunísia e Egito.

 

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"Estamos buscando um caminho para frente porque somos contra o caos e porque tememos mais derramamento de sangue (...) Vamos resistir a todos os desafios e vamos desafiar todos os agressores", acrescentou o governante.

 

Na Praça dos Setenta da capital, utilizada para os comícios públicos do presidente, Saleh se mostrou disposto a dialogar com a oposição, uma oferta que reiterou nas últimas semanas.

 

"Não queremos o poder nem o necessitamos, mas temos que transmiti-lo para quem o mereça de verdade, não para mãos doentes", acrescentou Saleh, se comprometendo a deixar o poder antes do fim do ano e levar o país a novas eleições parlamentares.

 

O Iêmen é o país mais pobre da península Arábica. Além dos protestos da oposição, Saleh enfrenta uma tentativa de secessão no sul, uma rebelião xiita no norte e ações esporádicas da Al-Qaeda, que instalou no Iêmen sua principal base de operações na região.

 

A crise política iemenita tem se agravado nos últimos dias após atiradores de elite do governo terem matado 51 manifestantes na última sexta-feira. Saleh decretou estado de exceção no país e demitiu o gabinete de governo no final de semana, mas viu generais, diplomatas e líderes tribais aderirem aos protestos.

 

Na quarta-feira, o presidente prometeu convocar eleições parlamentares e um referendo constituicional ainda para este ano, mas a oposição não aceitou negociar. Ele governa o país desde 1979, quando o Iêmen era dividido entre norte e sul. Após a unificação, em 1991, ele seguiu no poder. 

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