Prisão de Putin seria o equivalente a ‘declarar guerra’ à Rússia, alerta ex-presidente russo

Dmitri Medvedev, um dos maiores aliados de Vladimir Putin, disse que a detenção dele pode motivar novos conflitos armados

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Por Redação

A detenção do presidente Vladimir Putin por um país estrangeiro com base no mandado de prisão emitido na semana passada pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) seria o equivalente a “declarar guerra” a Moscou, advertiu o ex-presidente russo Dmitri Medvedev.

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“Imaginemos a situação (...) o chefe de Estado de uma potência nuclear viaja, digamos, para a Alemanha e é detido. O que é isto? Uma declaração de guerra contra a Rússia”, declarou Medvedev, atual número dois do Conselho de Segurança russo.

Se isto acontecer, “todas as nossas capacidades, como mísseis e outros, serão direcionados contra o Bundestag (Parlamento alemão), o gabinete do chanceler e assim por diante”, acrescentou Medvedev.

TPI emitiu mandado de prisão contra o presidente da Rússia, Vladimir Putin Foto: Gavriil Grigorov, Sputnik, Kremlin Pool Photo via AP

O TPI, com sede em Haia, emitiu na semana passada uma ordem de prisão contra Putin, acusado de crimes de guerra pela “deportação” de crianças ucranianas durante a ofensiva de Moscou contra a Ucrânia.

De acordo com Kiev, mais de 16 mil crianças ucranianas teriam sido deportadas para a Rússia desde o início da ofensiva, há pouco mais de um ano, e muitas foram transferidas para instituições e locais de adoção.

O TPI denunciou na quarta-feira, 22, as “ameaças” de Moscou, depois que o Judiciário russo anunciou a abertura de uma investigação criminal contra vários juízes e o promotor do tribunal internacional, Karim Khan.

No início da semana, Medvedev ameaçou o TPI com um ataque de mísseis e afirmou que os magistrados deveriam “olhar para o céu com atenção”.

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A Rússia, que não reconhece o TPI, considera a ordem de prisão contra Putin juridicamente “nula”. / AFP

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